Melhores amigas, não te deixam na mão, ainda que os teus problemas pareçam impossíveis de resolver. Enquanto Telinha não acha uma solução, suas amigas, Djeny e Teresa orquetram um plano que viria a funcionar. Djeny tem um conhecido, quase que amigo, que há cinco anos demonstra interesse pela Telinha.
Nando nasceu no berço de ouro. Anda de um Mark X preto, tem um bom emprego e mora num desses prédios do Alto-maé. Foi por esssa razão que Teresa recordou à Djeny do seu conhecido. Não bastava só a intenção de ajudar, Telinha tinha que ouvir a proposta de suas amigas e aceitar porque Didinho, o jovem que não conseguem lhe localizar há mais de dois meses, está fora de questão, como diz Djeny, quando quer provocar sua amiga “é um morto-vivo”.
– Telinha, enquanto tua barriga não cresce, é melhor agilizar a situação.
É a quarta semana de gestação da Telinha, ainda não se nota que carrega consigo uma vida.
– Agilizar, como assim?
– Lembras do Nando?
– Aquele que diz que me quer? (Risos)
– Yeah. Fica-lá com ele agora. O moço está estável financeiramente, podes lhe dar essa gravidez.
– Sabem, vocês não estão boas, sinceramente…
E no fundo, Telinha sabia o porquê de não querer cair no jogo de suas amigas, mas é a única saída, pois, os pais vão querer uma explicação quando a gravidez aparecer. Então, sem esolha, alinha.
– Alô! Djeny, dá meu número esse gajo.
– Da boa, amiga! Já está. Falamos, estou meio busy.
Nando não tardou em telefoná-la. Sentia-se realizado por conversar com a miúda que o rejeitou há cinco anos. O jovem só queria aproveitar o momento antes que pudesse perdê-la novamente, e por isso a atenção, o carinho e os presentes foram as principais ferramentais, até que…
– Oi, Baby. Podes vir à minha casa, mais logo? Sairei mais cedo do trabalho.
– Pode ser, até logo.
Telinha preparou-se para aquela noite, aliás, suas amigas ajudaram-na a preparar o plano.
– Vou à casa de Nando, daqui a nada.
– Já sabes, não aceita usar camisinha, diga que te aleija e tal…
O plano era que os dois se envolvessem sem protecção. Telinha, nem precisou dizer muito. Ainda nas preliminares, o homem, Nando, mostrava-se sem famito. Nando desejava a Telinha pelo seu corpo e de guitarra, ter a oportunidade de tocar a pele da jovem e penetra-lá, nas profundezas, era uma enorme realização. “Preciso meter dentro dela, para que viva comigo para sempre”, pensava enquanto despia a Telinha.
Uma semana depois…
Por ter gozado dentro, aguardava ansiosamente pela chamada telefónica de sua namorada. E não é que ela liga para dar a boa nova.
– Oi. Não me sentia bem, então fui fazer o teste de gravidez que…
Antes mesmo que terminasse de contar, Nando pula de alegria. Feliz por ter sido com o amor da vida dele. Nem mesmo ele entendia como é possível amar a pessoa que lhe rejeitou há cinco anos.
– Obrigado, meu amor, obrigado, de verdade! Mais logo venho vos ver, tu e o meu filho aí dentro. (Risos)
Quem não se mostrou feliz é a Telinha, mas não foi por ter entregado a gravidez a pessoa errada, não, longe disso.
– Mamã, se, por exemplo, uma mulher escura engravidar de um homem mulato, como seria o bebê deles, a cor e tal?
– Minha filha, mulatos têm sangue forte. Se você é escura se envolve com um mulato, pode ter certeza que o filho será mulato. Não tem como.
É. O que Telinha não contou as suas amigas é que Didinho, o responsável pelo ser que carrega no seu ventre, é mulato, daqueles puros. Agora Telinha vive ansiosa, pensando no que será dela se, por acaso, tirar de seu ventre um ser diferente, uma vez que nem ela, nem o Didinho tem a cor branca, muito pelo contrário, são pretos, como carvão.