Detesto entrar na mente dos outros. Intimida-me a ideia de conhecer ao detalhe o que os outros dizem ao meu respeito. Respeito a posição dos outros, mas respeito o ser que se encontra no reflexo e faço de tudo para que ele continue puro.
Há dias minha sobrinha pediu minhas fotos. Olhei para elas e vi que o tempo passa. Na primeira meu cão era recém-nascido. Hoje ele será sacrificado.
Meu irmão ligou-me há dias e me deu luzes. Minhas irmãs mostraram que estão comigo com ou sem luzes.
Um dos meus estudantes me visitou, comeu o pão que comprei e amaçou o tempo contando a sua evolução. Confortou-me saber que estou a inspirar almas. Confortou-me saber que ainda estou a escrever e estou a ser lido, independente dos comentários maltrapilhos.
Tenho dores de cabeça. Queimei com sol as críticas e transformei a pergunta é elogio: “O miúdo escreve”.