Não sou super-homem

Até poderia ser, sou jornalista, nasci numa zona calma, tenho talentos e habilidades que poucos conhecem. Nunca fui ao psicólogo, mas desconfio que posso ser bipolar. Está na moda ser bipolar. Mas a minha bipolaridade é para servir a sociedade. Salvar vidas, defender o planeta, que me foi introduzido pela senhora Maria Albertina Valentim Tauzene.

Gosto de azul. Usei uma camisa azul e umas calças apertadas, estou a pensar seriamente em tirar as calças e a cuecas. E depois, usar as calças e as cuecas. Tenho lenções azuis, poderia servir de capa. Penso que com a vestimenta completa poderia voar, adquirir poderes especiais e salvar o globo contra os super vilões. Há sempre um careca super dotado por aí.

Enquanto viajo nas minhas ideias, meu cão levanta a perna e mija num livro de poesia de um jovem escritor. A raiva toma conta de mim, mas depois arrefeço e digo para mim mesmo, os poemas eram forçados mesmos.

Pego no sono e tenho um pesadelo. Na verdade, nem foi um pesadelo, no sonho revivi um dia da minha vida. Percebi que o planeta precisa ser salvo e as bíblias, alcorões e outros escritos sagrados são paracetamóis, que atenuam a dor, mas não curam. Precisamos do super-homem ultra-poderoso, para recuar no tempo, chegar a China e com o seu olhar visualizar o vírus e queima-lo, antes que o pior aconteça.

Acordo, limpo a saliva seca no rosto e percebo que tenho uma capa azul, usei cuecas por cima das calças. Sinto que estou pronto, mas uma força estranha apodera-se de mim e volto a dormir. Espero acordar para cumprir a minha missão, o planeta precisa.

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