A Companhia de Teatro M’bêu estreia “As Substitutas”, uma comédia sombria que promete provocar reflexão, nos dias 27 e 28 de março, às 19h, no Auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano, em Maputo. 

Em co-produção com o Centro Cultural Franco-Moçambicano, a peça é uma adaptação de Another One’s Bread, do dramaturgo sul-africano Mike Van Graan. A comédia sombria levanta questões sobre a vida e a morte, refletindo sobre desigualdades sociais, fome, género e as complexas dinâmicas que moldam a sociedade.

A história gira em torno de quatro mulheres, um grupo de profissionais de luto contratadas para prestar serviços relacionados a funerais. A trama é inspirada na expressão africâner *een man se dood is, and and man se ninhada* – “a morte de uma pessoa é o pão de outra pessoa” –, o que proporciona uma reflexão profunda sobre as interconexões entre vida e morte, bem como as realidades que a sociedade muitas vezes ignora.

Produzida pela Olankha e dirigida por Isabel Jorge, a peça conta com as interpretações de Yolanda Fumo, Sufaida Moiane, Xixel Langa e Carmelinda Coana. A caracterização é de responsabilidade de Dadinha da Graça e a assistência de produção está a cargo de Paulo Jamine.

“As Substitutas” é apresentada no contexto do Mês dos Direitos da Mulher, uma iniciativa promovida pela Embaixada de França em Moçambique, e em celebração do Dia Mundial do Teatro, oferecendo uma oportunidade única para refletir sobre o papel da mulher na sociedade e as injustiças sociais que precisam ser abordadas.

O grupo M’bêu, que surgiu em 1989 em Maputo, tem um vasto historial de produções culturais. Desde a sua fundação, a companhia tem desenvolvido mais de 23 peças de teatro convencional, 15 peças de teatro comunitário e 60 sketches humorísticos, além de diversas produções televisivas. O M’bêu também é responsável pelo Festival d’Agosto, um evento internacional de teatro que já conta com seis edições, e tem participado em mais de 10 festivais internacionais, além de realizar oficinas de teatro que fomentam a formação de novos talentos.

Com esta produção, o M’bêu pretende sensibilizar o público para as desigualdades sociais e, em particular, inspirar as mulheres a tomarem um papel ativo na transformação das suas comunidades e nas suas próprias vidas.