Edna Jaime quer transmitir seu legado

Há mais de duas décadas que Edna Jaime percorre palcos para dar vida a performances de dança. O seu mapa de registos conta Moçambique e festivais internacionais. A bagagem dessas viagens será aberta na sexta-feira.
Para a Sala Grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano, às 20.00 horas de sexta-feira, a bailarina e coreógrafa irá, através da performance, partilhar o seu aprendizado com a nova geração.
Não por acaso, para este espectáculo, intitulado “Legado & Transmissão”, estarão em colaboração Alberto Nhabangue, Paulo Inácio, Francisca Mirine, Associação Cultural Machaka Jr, Celeste Chehe, Francisco Macuvele, Ernesto Aleixo, Nandele Maguni, Ivan Barros e Caldino Perema.
“Quero poder criar, através das apresentações desta noite, o início do processo da minha maior interação com as novas gerações de criadores e praticantes de dança”, partilhou Edna, no breve dedo de conversa que teve connosco.
Neste sentido, promete levar ao palco os frutos da residência de criação artística que esteve a desenvolver com o elenco do espectáculo cujo objetivo principal é educar, inovar e preservar os valores culturais e humanos através da dança.
“O artista não se faz sozinho, desde os que consideramos ser mentores aos colegas da mesma ou de outra disciplina artística”, é assim como a coreógrafa resume os seus 25 anos de carreira, um processo contínuo de aprendizado e partilha.
Tal raciocínio para Edna não de limita aos colegas de profissão, por acreditar que o resultado das criações trazem distintas visões de mundo que se espera pelo retorno das audiências.
Tentando perceber se a sua concepção deixou ficar para a sociedade as reflexões, indagações, visões ou partilhas pretendidas. Edna acredita que as mudanças são parte integral de um processo natural social, humano ou profissional, contudo deixa ficar um conselho para a nova geração.
“Acredite na sua própria visão do mundo e continue a lapidar-se através de formações, pesquisa, colaborações e intercâmbios para que se profissionalize e conquiste o melhor estatuto artístico- profissional possível dentro e fora das nossas fronteiras”.
Tendo iniciado a carreira de forma desinteressada, em 2001, descobre-se na dança contemporânea, este campo por onde vai escrevendo a sua história profissional há mais de duas décadas, e através do qual tem feito ecoar o nome de Moçambique além fronteiras mas não só através da dança mas também no cinema e em diversas outras manifestaçõesperformativas, tendo colaborado com artistas como: Berry Bickle (Zimbabwe), Meg Stuart (USA), Naomi Watts (Reino Unido), David Zambrano (Venezuela), Frank Micheletti (França), Moreira Chonguiça (Moçambique).
Ainda em busca de experiência, Edna criou em 2005 a sua primeira obra “Niketche”, um trio feminino apresentado na 6ª edição do “Danse L’Afrique Danse” em Paris. Entre várias participações, dentro e fora de país, destaca-se o projecto de colaboração artística regional entre Moçambique, África do Sul e Madagáscar.
Com a coregrafia “O Bom Combate”, conquistou o prêmio Reconhecimento ZKB – 2021, na Suiça. Em 2016, a performer funda a KHANI KHEDI-Soluções Artísticas, que a representa e é mentora dos seus projectos artísticos.
Participou, no mesmo ano, da 10ª edição do festival “Lady, Lady” em Ouagadougou que foi colaborado entre Moçambiqe, África do Sul e Madagáscar tendo sido a capa do cartaz.

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