“Nossa Senhora da Loja do Chinês” abre a 14ª edição do KUGOMA

Um comerciante chinês que traz para um dos bairros de Luanda uma singular imagem de plástico sagrado de Nossa Senhora, uma mãe enlutada na busca da paz. São algumas estórias do filme angolano “Nossa Senhora da Loja do Chinês”.

Esta é a longa-metragem, escrita e realizada por Ery Claver, que vai estrear no país amanhã, na abertura da 14ª edição do KUGOMA, às 19.00 horas, no Centro Cultural Franco-Moçambicano.

“Nossa Senhora da Loja do Chinês” teve a sua estreia mundial no Festival de Locarno 2022, em competição, e seguiu depois para outras paragens. Já foi visto em eventos internacionais de cidades como Londres, Rio de Janeiro, Ghent, Torino ou Amiens.

Ery Claver, da nova geração do cinema angolano, pertence a Geração 80, uma produtora criada em Luanda em 2010. Que tem como sócios fundadores Jorge Cohen, Tchiloia Lara e Fradique.

“Pairamos sobre uma realidade em vez de caminhar nela. E, todavia, a nossa vontade de investir na descodificação do que vemos não fenece”, escreveu Jorge Leitão Ramos, crítico de cinema português para “Expresso” sobre este filme.

Sobre a sua visão do cinema, Ery Claver, como faz menção Leitão Ramos, explicou na entrevista que deu para o livro “Cinegrafias Angolanas”, assinado por Ana Mafalda Leite, José Octávio Van-Dúnem, Ana Paula Tavares e Carmen Tindó Secco, sob chancela da editora brasileira Kapulana.

“Procuro, com os meus filmes recriar (ou imitar) pedaços de vida arbitrários, que me permitam satisfazer o eterno interesse em descobrir todo o simbolismo que o nosso povo carrega”, esclareceu o realizador angolano. 

Depois da projecção na Sala Grande, que contará com a presença do realizador e interpretação ao vivo com Língua Moçambicana de Sinais, haverá um convívio para network de cinéfilos, cineastas, actores e interessados.

O KUGOMA trará este ano em destaque o programa Maningue Magic, que vai incluir a Sessão de Pitch, conversas com os produtores, realizadores e atores da novela “Maida” e das séries “A Infiltrada”, “A Influencer” e “Kuga Munu”.

Séries estas que marcam uma nova e histórica etapa na produção audiovisual em Moçambique.

O Programa vai contar com mais de três dezenas de curtas, documentários, ficção e animação de Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil, Portugal, Uganda, e co-produções com a Somália, Gana, Senegal e Egipto.

As películas serão exibidas no auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano e no terraço do Cine-Teatro Scala. 

O festival traz como convidado especial Ery Claver, para uma conversa sobre a “Relação entre Realizador e Assistente”, na produção de cinema. 

Haverá também sessões abertas com Nildo Essá, com um olhar “Por detrás da produção de KIBWE”; Madiano Marcheti, sobre “Desenvolvimento de Roteiro” e Inadelso Cossa, sobre “O cinema africano nos festivais internacionais”.

E por fim, no dia 6 de Setembro, às 14h00, serão anunciados os vencedores do Concurso de Desenho Arquitectónico para a futura sede do Museu do Cinema, e será feita atribuição dos prémios às melhores propostas dos estudantes da FAPF. 

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