Hypnotic: Hipnotismo e conspiração

Em 2023, enquanto Jennifer Lopez interpreta o papel de uma mãe angustiada em “A Mãe” (leia a crítica aqui), seu marido, Ben Affleck, assume o papel de pai e detetive Danny Rourke em “Hypnotic”.

A película foi lançada durante o prestigioso Festival de Cannes de 2023 e retrata o detetive Rourke que se envolve em uma complexa investigação de uma série de roubos em larga escala, que pode ter ligações com o desaparecimento de sua própria filha. Enquanto Rourke enfrenta a pressão de resolver os crimes, ele também se vê diante de um misterioso programa do governo, que pode estar relacionado à conspiração e ao paradeiro de sua filha.

Contudo, embora “Hypnotic” busque surpreender o público, ele não consegue alcançar o impacto desejado, deixando a desejar em diversos aspectos. As cenas com efeitos especiais, especialmente quando o vilão emprega a hipnose, revelam-se deficientes, com efeitos especiais que parecem incompletos e pouco realistas, prejudicando a imersão do espectador na trama.

De acordo com o produtor Robert Rodriguez, o filme surgiu de um sonho, mas infelizmente, essa premissa não resulta em uma experiência cinematográfica excepcional. A atuação de Ben Affleck, por sua vez, apresenta uma estranha desconexão, com o ator aparentemente oscilando entre a tentativa de emular seu icônico papel como Batman e a representação de um pai desesperado, só que não, em busca de sua filha. Essa abordagem focada na técnica da hipnose, em detrimento da emoção da jornada do protagonista, acaba por desviar o espectador da trajetória emocional do personagem.

Enquanto isso, Alice Braga se destaca como a coadjuvante que parece ser a única a levar o filme a sério. No entanto, a falta de coesão no desempenho do elenco como um todo contribui para uma experiência desigual e afasta o público dos personagens e de suas motivações.

Além disso, o filme parece empenhado em se explicar em todos os momentos, mesmo que suas intenções já tenham sido transmitidas desde a primeira cena, a respeito da hipnose. Essa insistência reiterada retira o impacto das reviravoltas e torna a narrativa frustrante e, em alguns momentos, cansativa.

Embora “Hypnotic” fuja de ser previsível, essa característica por si só não o torna mais atraente ou interessante ao espectador. Algumas cenas parecem desafiar a inteligência do público, questionando as escolhas dos personagens em momentos críticos, o que pode gerar desconexão e indagações sobre o desenvolvimento da trama.

Em última análise, “Hypnotic”, se feito nos anos 90 e estrelado por Nicholas Cage, poderia talvez ter se revelado mais intrigante. No entanto, no contexto de 2023, infelizmente, o filme não atinge o seu potencial e deixa a desejar em termos de construção de personagens e execução narrativa. O público é deixado com uma sensação de frustração, esperando que tanto Jennifer Lopez quanto Ben Affleck encontrem projetos futuros que possam destacar verdadeiramente seus talentos e proporcionar uma experiência cinematográfica mais satisfatória.

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