“Amor” vence 7ª edição do Concurso de Curta-Metragem CCMA

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“Amor” de António Parruque, “Mulheres” de Ariel Añez e “Abdul” de Daniel Marchol, são as três películas vencedoras da sétima edição do Concurso de Curta Metragem do Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA).

A iniciativa que este ano contou com o apoio da Delegação da União Europeia em Moçambique, atribuiu a Parruque pelo primeiro lugar 70 000, 00 Mzn (setenta mil meticais), 50 000, 00 Mzn (cinquenta mil meticais) ao Ariel na segunda posição e 30 000, oo Mzn (trinta mil meticais) ao Daniel Marchol como terceiro vencedor.

Os valores, conforme a explicação de Carolin Brugger, directora do CCMA, serão destinados a compra de material técnico indicado pelo premiado, pois o objectivo do prémio, frisou, é apoiar aos novos autores e dota-los de ferramentas para seguirem com as suas produções.

“Eles vão sentar connosco e indicar que materiais precisam e nós iremos comprar no valor do prémio”, detalhou a directora que espera que desta forma estes jovens possam “ter mais qualidade técnica com melhor material para o próximo filme”.

Os outros três participantes, nomeadamente, Tiago Vaz Tereza, Ivan André de Amaral e Álvaro de Amaral, tiveram Certificados de Participação. Os seus títulos são “Thenga”, “Mar Próspera – Reconstruir Mentalidades para Reconstruir Ecossistemas” e “Homofobia”, respectivamente.

A decisão desta premiação foi feita por um corpo de júri constituído por Diana Manhiça, artista luso-moçambicana que lidera o Kugoma e colabora na Rede de Cinema e Audiovisual PALOP-TL, Licínio Azevedo, cineasta brasileiro, residente no país há décadas e a cineasta alemã Tina Krüger. 

“LGBTQIA+: Identidade e Alteridade na comunidade” e “Reconstrução/reabilitação de ecossistemas” foram os temas trabalhados pelos concorrentes. Deste segundo apenas duas propostas foram enviadas, os outros apostaram na primeira e os filmes vencedores retratam essa realidade.

As inscrições e o processo de selecção decorreram de Fevereiro a Maio do corrente ano, na sequência foram realizados workshops temáticos e de técnicas de produção orientados pelo moçambicano Dário Caetano da LAMBDA, organização que trabalha em prol dos direitos da comunidade LGBTQAI+ no país, a brasileira Paola Prandini, especialista em estudos cinematográficos lusófonos, e a cineasta alemã Tina Krüger.

Numa segunda fase, o realizador brasileiro Madiano Marcheti, autor do premiado filme “Madalena”, igualmente orientou sessões de técnica e linguagem cinematográfica.

Esta actividade anual, cuja primeira edição foi em 2017, pretende estimular o surgimento de novos talentos e propostas para a sétima arte no país.

A iniciativa está integrada na 20ª edição do Ciclo de Cinema Europeu que, tradicionalmente decorre em Maio, como parte das actividades de celebração do Dia da Europa, 9 do mesmo mês. A primeira parte do festival decorreu de 02 a 10 de Maio, no Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), e em seguida rumou-se ainda para os bairros Maxaquene, Xipamanine, Chamanculo e Malhangalene.

Além das 13 longas-metragens propostas por Embaixadas de 12 países Europeus com representação diplomática em Moçambique, foram exibidas algumas curtas-metragens produzidas pelos participantes da 7ª edição do concurso de Curtas-Metragens do CCMA.

O público da premiação, que decorreu no dia 27 de julho teve a possibilidade de ver todos os filmes propostos para a edição de 2023. E está agendada para 18 a 31 de Agosto a exibição das curtas-metragens do concurso e outros filmes do Ciclo de Cinema Europeu no Camões – Centro Cultural Português, na Cidade da Beira.

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É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

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