A humanidade persistente em Transformers

Um artefato misterioso é descoberto no Museu Arqueológico em Nova York, em 1994, desencadeando uma série de eventos. Esse artefato revela-se um vínculo direto com o passado da Terra, trazendo à tona as lendárias bestas pré-históricas. Autobots, Decepticons e os humanos se unem em uma batalha épica contra essas criaturas mitológicas, buscando proteger o planeta de um destino sombrio.

Essa é a a história contada em “Transformers: despertar das feras”. Apesar do constante envolvimento de humanos na saga “Transformers” desta vez, aliás desde “Bumblebee” que não gera o mesmo incomodo de antes, quando humanos pareciam meros brinquedos perdidos nas cenas de ação ou sempre barulhentos.

Em “Bumblebee”, o enfoque foi direcionado para a história do Autobot amarelo e sua relação com a personagem humana, Charlie Watson. O filme explorou a conexão emocional entre os dois, ao mesmo tempo em que oferecia momentos de nostalgia e humor. Essa mudança permitiu uma maior ênfase no desenvolvimento dos personagens e na construção de um relacionamento genuíno entre eles.

A mesma abordagem foi levada para o “Despertar Das Feras”, quando se estabelece uma conexão entre os personagens Noah, interpretado divinamente por Anthony Ramos e o Autobot Mirage. A história apresenta uma mistura de ação, aventura e elementos mitológicos, criando uma narrativa emocionante que mantém o espectador engajado. O filme também explora temas como amizade, lealdade e o conflito entre humanos e Transformers.

Contudo, é mais um filme que trás a tona a discussão sobre o questão dos Autobots serem ou não suficientes para sustentar uma produção sem a necessidade de personagens humanos em destaque, porque embora os Autobots sejam os protagonistas robóticos e tenham um apelo próprio, a inclusão de personagens humanos traz uma perspectiva humana à narrativa e por vezes tira o protagonismo dos gigantes.

O elenco entrega performances sólidas, trazendo vida e emoção aos seus papéis. Destaque para Dominique Fishback como Elena Wallace, que se evidencia com a sua interpretação convincente.

Nem tudo são flores em “Transformers”, o longa possui um roteiro simples e cativante que permite aos espectadores mergulhar na história de forma imediata. A trama é construída de maneira atraente, com uma clareza narrativa que facilita o acompanhamento dos eventos. Essa simplicidade também se traduz em diálogos diretos e envolventes, que evitam o excesso de informações e mantêm o foco no desenvolvimento dos personagens e na progressão da trama, e alguns erros, por exemplo, quando o artefacto que destruirá a terra e Cybertron è entregue a Unicron, percebe-se que trata-se somente de parte dele, outra parte estaria escondida algures na terra pelos Maximal, e quem viria a descobrir o paradeiro seria a arqueóloga Elena. Todavia sugere-se na trama que se Elena sabe onde o artefacto se encontra, Unicron também saberia, sendo que em momento algum o roteiro descreve alguma base de busca criada por Unicron afim de encontrar o artefacto.

No geral, o roteiro simples de “Transformers: O Despertar das Feras” permite que o público se envolva de forma imediata, enquanto oferece elementos emocionais e temáticos que enriquecem a experiência. É uma abordagem eficaz que permite que o filme seja acessível tanto para os fãs da franquia quanto para aqueles que estão entrando no universo dos Transformers pela primeira vez. Possui momentos de humor bem colocados aliviam a tensão e adicionam uma leveza bem-vinda à narrativa.

As cenas de ação bem compostas, com efeitos épicos e participação de humanos que tornou-as ainda mais envolvente. Os efeitos visuais combinam habilmente CGI com sequências de ação real. Os movimentos dos gigantes sofreram alterações no que concerne a transformação de carro para robô, retirando a coisa grotesca que acontecia antes do bumblebee em que as transformações eram rápidas e mal feitas, no despertar das feras é possível ver a mudança clara, as peças se movendo o que nos lembra os brinquedos.

A direção habilidosa de Steven Caple Jr é evidente em “O Despertar das Feras”, pois o filme mantém um ritmo constante, alternando momentos de ação com momentos de desenvolvimento de personagem. A transição suave entre as diferentes tramas mantém o público envolvido e evita que o filme se torne previsível. A direção também consegue equilibrar a narrativa humana e robótica de forma coesa. Enfim, é uma adição sólida à franquia, oferecendo uma história emocionante, personagens carismáticos, efeitos visuais espetaculares e uma direção competente.

Transformers: O Despertar das Feras” (“Transformers: Rise of the Beasts”, 2023); Direção: Steven Caple Jr.; Roteiro: Joby Harold e Darnell Metayer & Josh Peters e Erich Hoeber & Jon Hoeber; Elenco: Anthony Ramos, Dominique Fishback, Dean Scott Vazquez, Tobe Nwigwe, Peter Cullen, Ron Perlman, Peter Dinklage, Michelle Yeoh, Pete Davidson; Duração: 127 minutos; Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Fantasia; Produção: Don Murphy, Tom DeSanto, Lorenzo di Bonaventura, Michael Bay, Mark Vahradian, Duncan Henderson; País: Estados Unidos; Distribuição: Paramount Pictures;

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