AZGO vibra Mafalala no encerramento

O areal do campinho de futebol da Mafalala, que já foi pisado por estrelas, que levaram a magia do bairro para as arenas mundiais, foi o palco que recebeu o último concerto da décima edição do Festival AZGO.

Os primeiros raios solares de domingo anunciavam que o dia seria de sonhos. O bairro histórico da Mafalala acordou agitado e ansioso, pois teria a honra de receber um festival internacional. Depois de dois dias de muita animação, o público amante do Azgo mostrou que ainda tinha fôlego para mais uma maratona de muita música e mais actuações.


O concerto na Mafalala fez eco ao lema da 10ª edição do Festival AZGO. Se a ideia do festival era de celebrar a “Diversidade Cultural e Paz”, então a Mafalala foi a escolha perfeita para fazê-lo. O bairro, com cerca de 25 mil habitantes, conta com pessoas de diferentes etnias e proveniências, muito por conta da sua proximidade com o centro da cidade e, ainda, pelo fácil acesso aos serviços públicos. É a segunda vez que o festival acontece na Mafalala, graças à parceria com a Associação Iverca | Turismo, Cultura e Meio Ambiente, uma organização da sociedade civil fundadora e responsável pela gestão do Museu Mafalala.

Estrutura montada, espaço lotado, o concerto teve início ao cair da noite. Coube às Mamanas do Tufo da Mafalala abrir as hostes. Sempre com o seu estilo característico, as “Donas da Casa” tomaram o palco, as atenções e fizeram a festa.
A caminho do seu primeiríssimo CD, o Tufo da Mafalala misturou, em palco, sons que exaltam a Mafalala, a mulher e o amor ao próximo, a misturar as 12 vozes femininas ao ritmo vibrante e as coreografias leves, coloridas pela capulana o M’siro e outros adereços.

Com as letras na língua Macua e o sorriso sempre no rosto, as apresentações do agrupamento espelham, além da música, os hábitos e costumes da Ilha de Moçambique, em Nampula. Com euforia, o público seguia as coreografias e, de quando em vez, ia mostrando afeição pelas senhoras, de início ao fim.

Porque não só de Tufo se fez o encerramento do Festival AZGO, houve espaço para mais apresentações. O Jovem James Macamo também subiu ao palco. Cantou em Cichangana, a interpretar sons envolventes e que sugerem o afeto e o companheirismo como ingredientes indispensáveis para a vida a dois. Cantou com banda e umas das faixas apresentadas foi “Wena u xiluva”, o seu maior sucesso. A expressão Bantu, que significa “você é uma flor”, dá título ao som com que James Macamo envolveu os presentes num ambiente menos agitado. Entretanto, o público acompanhou, fez a festa e pediu por mais…


Já, Stewart Sukuma passeou a classe no palco do Festival AZGO. Depois de ter actuado na abertura, no Campus da UEM, o músico apresentou-se na Mafalala com um repertório simples e menos exigente. Começou por proferir palavras apelativas e motivadoras, para devolver e incentivar a consciência sobre os direitos civis. A guitarra ao colo, Stewart Sukuma interpretou sons como “Julieta” e “Xitxuketa Marrabenta” num ápice.


Zabadá, também da comunidade, brilhou no AZGO. Na companhia de Ivan Chitsondzo na guitarra, o vocalista do projecto África cantou a Mafalala, num som de exaltação aos ícones, o património cultural e a memória coletiva do bairro. Viajou pelo passado, ao encontro de Eusébio, Noémia de Sousa, Craveirinha…para celebrar os seus feitos pelas gerações que lhes são posteriores.


Dub Rui foi a proposta a seguir. O DJ trouxe outras vibrações. Misturou Reggae, Afro Beat e outras sonoridades, antes do Bloco Chapa 100, com seus tambores, agitaram o Campinho da Mafalala. Também actuaram Júnior Boca, Sir Tyger Raffa Umsholozi, Helio Beatz, e DJ John.

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