Assa, Selma, Lenna e Pongo celebram Europa no “Franco”

Assa Matusse, Selma Uamusse, Lenna Bahule e Pongo sobem ao palco do Centro Cultural Franco-Moçambicano no sábado, a partir das 18:00 horas para um concerto integrado nas celebrações do Dia da Europa que se comemora a 9 do mês em curso.

Em dois palcos, estarão a actuar três artistas moçambicanas, duas das quais radicadas na Europa, uma artista luso-angolana, numa apresentação que vai envolver um total de 25 artistas em dois palcos.

Residente, actualmente, na França, Assa Matusse está com um novo álbum, intitulado “Mutchangana” depois do aclamado e amplamente aceite “+Eu”, sua obra de estreia. Prêve-se que o seu repertório será maioritariamente composto pelo seu recente trabalho.

A intérprete moçambicana, que representou Moçambique por duas vezes na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em Paris, traz uma proposta diferente nesta disco já disponível nas plataformas de streaming e para download. Contou, além de produtores nacionais, com outros de outras geografias.

Conforme a nota de imprensa que recebemos quando Assa lançou “Mutchangana” na na Salle New Morning, França, no mês passado, o álbum pretende ser uma homenagem ao seu pai, que era igualmente músico e compositor que, entretanto, não chegou ao mainstream.

É, igualmente, de acordo com a mesma fonte,  um tributo aos Bantu, maior povo etnolinguístico de África, que, por razões políticas e de opressão colonial, já foi impedida de falar e de se expressar nas suas línguas nativas.

Selma Uamusse

Selma Uamusse, por sua vez, é uma compositora e intérprete moçambicana a residir em Portugal desde a infância busca através da música manter as suas raizes, explorando ritmos, línguas e músicos nacionais.

Bem estabelecida em circuitos portugueses e de festivais europeus, possui dois álbuns, nomeadamente “Liwoningo” e “Mati”. Tem já um percurso significativo com colaborações em projectos como The Legendary Tigerman, Luisa Sobral, Elisa Rodrigues, Gospel Collective, além de ter emprestado seu corpo e voz a projectos de teatro, cinema e artes visuais.

A descrevendo, o respeitado jornalista do jornal Público de Portugal, a classificou como  uma “excelente cantora, espantosa performer, foi talhada para os palcos e é neles que deve ser vista, ouvida e aplaudida como merece”. Ao que se pode reforçar com a afjetivação de José dos Remédios, dos mais activos e importantes jornalistas culturais moçambicanos, no jornal O País, Selma Uamusse é “um dos grandes talentos da arte moçambicana”.

Lenna Bahule

Lenna Bahule é compositora e intérprete moçambicana que residiu no Brasil, onde esteve a estudar, fez apresentações e várias colaborações com músicos brasileiros, sobretudo no estado de São Pulo.

“Nômade”, seu álbum de estreia foi lançado em 2016, e é composto por músicas de improvisação vocal e releitura de cantos populares moçambicanos. Além de canções da sua autoria, Lenna interpreta também cânticos do folclore popular de Moçambique, explorando o uso potente da voz, do corpo, dos ritmos tradicionais e da narração fonética com história, improvisos e cantoria.

Pongo

Pongo é uma cantora angolana que imigrou com sua família para Portugal, fugindo da guerra civil. Sua participação no Denon Squad a levou a conhecer o Buraka Som Sistema. Subiu pela primeira vez em um palco com eles em 2008 na casa de shows Music Box em Lisboa. No mesmo ano, ficou conhecida em Portugal pela música “Kalemba (wegue Wegue)”, escrita e cantada pela artista. Essa canção integrou a trilha sonora dos jogos Need for Speed: Shift e FIFA 10 e foi vista no YouTube onze milhões de vezes.

Apresentou-se com o grupo Buraka Som Sistema por dois anos e então deixou o grupo por uma disputa em relação aos royalties da música “Kalemba (wegue Wegue)”.[9] Para sustentar suas irmãs, Pongo começou a realizar trabalhos braçais, depois que seu pai abandonou a família. Um dia, enquanto estava limpando uma casa, ouviu “Wegue Wegue” no rádio e passou então a lutar por sua carreira.

A retomada de sua carreira foi acelerada em 2018 pelo lançamento de seu primeiro EP, “Baia”, e em 2019 por sua participação no festival francês Fête de la musique, cantando no Élisée, residência oficial da presidência francesa, sendo recebida pelo presidente francês Emmanuel Macron, ficando conhecida como “Diva do Kuduro”. Em 2020 lançou seu segundo EP, “Uwa” (palavra que significa “passo” em kimbundo, uma das línguas oficiais de Angola). Em 2020 foi vencedora do prêmio Music Moves Europe Talent Award.

Este concerto está integrado numa série de actividades de celebração do dia da Europa, como acontece todos os anos, organizados pela Delegação da União Europeia em Moçambique. O objectivo é destacar as diversas vertentes da ligação Europa – Moçambique, em particular a parceria multifacetada entre Moçambique e a União Europeia.

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