“A Palhota” encerra o ano com dança e teatro

Como forma de encerrar as actividades para o presente ano, a Companhia de Artes “A Palhota” vai apresentar uma maratona de espectáculos, a partir de amanhã. Trata-se de “O Grito” e “O Peregrino”, peças de teatro e dança, respectivamente, que serão executadas nos próximos dois dias, no palco do Projecto Utopia, sito na Mafalala, em Maputo.

O evento começa às 18 horas e é organizado com o propósito de celebrar as artes performativas, mas também levar artes às comunidades e incentivar o intercâmbio cultural, através da mostra de obras de intervenção social. Os trabalhos serão apresentadas no Sábado e Domingo (17 e 18 de Dezembro).

“O Grito” é uma peça teatral que vai interpretada pelo grupo de teatro “A Palhota”. O trabalho envolve uma série de questionamentos e críticas em relação a diversos aspectos da sociedade, procurando amplificar “O Grito” de pessoas consideradas sem voz, pelo facto de suas aflições muitas vezes não serem atendidas pelas instâncias competentes.

Por sua vez, o bailarino e coreógrafo Osvaldo Passirivo vai executar “O Peregrino”. A performance conjuga, no mesmo palco, diversos contextos, cenários e sentimentos. Através de movimentos corporais, acomapanhados pelos sons psicadélicos de Nandele, Osvaldo Passirivo, que também participa em “O Grito”, procura, em “O Peregrino, levar as pessoas a viajar por outros espaços e vivenciar novas experiências.

Em representação à Companhia de Artes “A Palhota”, o encenador Phayra Baloi sublinhou que a iniciativa nasceu ano passado, da necessidade de se criar palcos alternativos para a realização de espectáculos performativos.

“Sentimo-nos na necessidade de envolver o pessoal que faz dança, porque eles fazem performances e são da mesma geração que a nossa, e têm passado pelos mesmos sofrimentos: falta de aceitação, espaços para fazer performances, badjet…”, afirma.

A ideia do evento, continua Phayra Baloi, é fazer com que as pessoas e, em particular, a comunidade do bairro que acolhe o espectáculo, ganhem o gosto pelas artes e, assim, o interesse em contribuir para que o artista continue a fazer o seu trabalho.

“Aconteceu isto ano passado e decidimos fazer pela segunda vez este ano, porque foi interessante perceber o envolvimento das pessoas. Para nós, enquanto “A Palhota”, a ideia é incentivar a comunidade a ver valor nas artes e a pagar por ela”, explicou Phayra Baloi, a acrescentar que “estamos abertos para parcerias e propostas de outros actores que se queiram envolver”.

A Companhia de Teatro “A Palhota” é formada por jovens artistas de diversas disciplinas, guiados pelo ideal de fazer da arte um instrumento de emancipação. Tem desenvolvido as suas actividades nos domínios do teatro, dança, artes plásticas, entre outras.

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