MAAT apresenta duas plataformas digitais para dinamizar as artes em Moçambique

A partir do primeiro trimestre do próximo ano, artistas moçambicanos vão contar com duas novas plataformas digitais de mostra e venda das suas obras. Trata-se da MAAT Gallery, propriedade da empresa Moçambicana: MAAT – Mozambique, Art, Architecture and Technology, Lda e a 1ª Plataforma Moçambicana de NFTs dedicada a Moçambique como tema principal. Dois espaços virtuais criados com o intuito de dinamizar a economia criativa ao nível nacional, através do impulso à catalogação e divulgação de artigos de arte pela internet.


Ambas nascem da ideia de minimizar os desafios dos artistas nas diversas fases do processo criativo e se pretende que funcionem como duas forças complementares. A MAAT é, na verdade, uma galeria virtual, onde artistas moçambicanos, independentemente da localização e disciplina, poderão expôr e transacionar suas obras, bem como interagir com pessoas de qualquer parte do mundo.


O principal objectivo da MAAT é o emponderamento do artista moçambicano, permitindo, através destas plataformas, aumentar os seus rendimentos, bem como a sua promoção além fronteiras.


De acordo com Miguel Peral, fotógrafo e co-fundador das plataformas, a iniciativa quer, também, diminuir os encargos da mediação no negócio das artes, que, segundo a fonte, lesam o artista e prejudicam toda a cadeia de valor.


“Em Maputo, uma loja, para ter uma obra de um artista, chega a cobrar 50% do valor da venda. O que não faz muito sentido, para nós”, sublinhou o artista, durante a apresentação do projecto num Workshop inserido na programação da 18 edição do MFW, a decorrer em Maputo.


Que um artista tenha um trabalho, explica Miguel Peral, faça um investimento, corra atrás, trabalhe, tenha um atelier, aprenda e se prepare… para depois aparecer alguém que tenha uma loja e cobre 50% do valor ds venda é algo que está completamente fora da realidade.


“Gostávamos de diminuir essa margem, porque de forma alguma ajuda aos artistas. Apenas ajuda a própria loja. A nossa margem maxima será de 20% e tudo o resto vai para o artista”, explica.
O propósito da MAAT é provocar e aumentar a criatividade de todos os moçambicanos. Instigar a criação de novos conceitos, experiências, narrativas e ideias próprias, apoiar na sua divulgação e permitir gerar rendimentos no meio virtual, fazendo das plataformas o ponto de encontro de pessoas que desenvolvem diversos tipos de actividades criativas e culturais.


A MAAT Gallery “Está aberta para quem quiser vender a sua arte. Está aberta para quem quiser apresentar a sua arte”, salientou Miguel Peral.


Por sua vez, a NFT (Non-Fungible Token) é, igualmente, uma montra. No entanto, consiste num local onde serão encontradas obras transformadas em ficheiros não tangíveis, mas possíveis de adquirir através da internet.


“NET é um arquivo digital, por isso não podemos tocar, mas podemos possuí-lo. Tem um determinado valor, mas lhe podemos acrescentar mais. Como uma história, como o processo de produção do NFT ou a história do próprio autor”, explica.


Um NFT – non fungible token – pode ser produzido com base num bem tangível, ou seja, uma peça de arte (desde uma escultura, passando pela pintura, arte urbana, música, fotografia e até de peças de roupa, etc.), transformado num ficheiro digital para ser exposto no mundo virtual. Desta forma abrem-se maiores possibilidades de expor os artistas em novos mercados.


“Vamos imaginar que temos o Sebastião Coana. Ele faz um mural e depois faz um NFT desse mural. Ou seja, grava, fotografa e cria um ficheiro. Esse ficheiro é colocado na plataforma de NFTs permitindo que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, possa ver e comprar essa obra de arte. E esse ficheiro pode ser transmitido de pessoa a pessoa, com base na sua aquisição. O mesmo pode ser feito com uma peça do Ceramista João Donato, ou seja, pelo mesmo processo de “enefetização” alguém pode adquirir uma determinada peça de cerâmica”, descreve.
Além de adquirir as obras, os compradores poderão beneficiar de recompensas.

“O artista pode, por exemplo, oferecer a quem comprar o NFT um workshop, onde vai poder ver como o Coana ou o João Donato trabalham. E isto valoriza ainda mais o NFT”.

As plataformas, ainda em desenvolvimento, vão servir de base de dados, buscando favorecer as ambições dos artistas e a satisfação dos públicos.

Ambicionam dar voz aos fazedores, e levar o artista ao centro da decisão. Resultam da colaboração de Miguel Peral (fotógrafo), André Ferreira (consultor de inovação), Inês Trabez (directora artística) e Diogo Vilar (designer UIUX).
Resultam da colaboração de Miguel Peral (fotógrafo), André Ferreira (consultor de inovação), Inés Trabéz (directora artística) e Diogo Vilar (designer XIUY).

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