Edna Jaime reflete sobre dança no “Jornal Coreia”

A coreógrafa moçambicana, Edna Jaime, participa da sétima edição do Jornal Coreia. Trata-se de um periódico português que reúne e publica, semestralmente, crónicas, entrevistas, resenhas e outros géneros textuais assinados por artistas de diversas geografias e disciplinas, mas com enfoque para a dança.

Intitulado “Entre as Fronteiras da Expressão”, o artigo com que Edna Jaime entra para o “Coreia” é um ensaio através do qual a artista apresenta impressões que foi colhendo durante o seu percurso pelos palcos de dança.

No texto, a artista descreve a relação entre o corpo e a alma, no ato da expressão. Procura mostrar a maneira como os dois elementos se relacionam, de modo a exteriorizar dores, alegrias e outros sentimentos e situações que envolvem o ser.

“Expressando lá no fundo da complexa alma, o corpo, que é a boca da alma, dá o seu máximo para, de forma exímia, trazer à vida a expressão de uma forma de desentupimento do estresse social que se pretende alcançar”, escreve a bailarina, no artigo que ocupa a página 3 do Jornal Coreia.

Além de questões técnicas ligadas à dança, Edna Jaime apela a melhoria das condições das artes e dos artistas em Moçambique e não só. A artista aponta para o aprimoramento da formação de base em matérias de arte, como um dos caminhos para a mudança a valorização e dinamização do sector.

“Que haja, em suma, a difusão de forma globalizada do trabalho artístico local de onde quer que seja para o mundo!”, defende, a acrescentar que “Afinal de contas somos todos de lugar nenhum, senão desta terra, o único lugar que conhecemos e no qual pretendemos ser reconhecidos”.

As relações interculturais entre os moçambicanos também mereceram a atenção da bailarina e coreógrafa no referido ensaio. Edna Jaime, buscando estabelecer similaridades e diferenças, também levanta sensibilidades que são comuns a todos, como a solidariedade pelas vítimas da violência no norte do país.

“Assim é ser moçambicano, pertencendo à minúscula capital mas sentindo nas entranhas da alma o ecoar dos tambores de Cabo Delgado gritando: “Eu também sou Moçambique”, escreve a autora, no artigo que ocupa a página 3 do “Jornal Coreia”.

Fazem parte da presente edição do “Jornal Coreia” cerca de 20 artistas, oriundos de diversos países, como Ucrânia, Senegal, Brasil, Portugal, França, entre outros. São, todos, nomes de destaque na pintura, dança e artes performativas ao nível mundial.

Sobre Edna Jaime

É uma artista que, desde cedo, mostrou dinâmica e muitas ambições. performer, natural de Maputo, interessou-se pela dança, ainda na infância, através de ritmos tradicionais, e começou a frequentar a Casa da Cultura, em Maputo, onde se formou-se em dança tradicional e canto.

Em 2001, descobre-se na dança contemporânea, este campo por onde vai escrevendo a sua história há mais de duas décadas, e através do qual tem feito ecoar o nome de Moçambique além fronteiras. Com a coregrafia “O Bom Combate”, conquistou o prêmio Reconhecimento ZKB – 2021, na Suiça.

Criou a sua primeira obra “Niketche” em 2005, um trio feminino apresentado na 6ª edição do “Danse L’Afrique Danse”. Entre várias participações, dentro e fora de país, destaca-se o projecto de colaboração artística entre Moçambique, África do Sul e Madagáscar “Lady, Lady” juntamente com Désire Davids e Gaby Saranouffi.

Faz a performance do melhor video de Hip Hop Moz – 2022, premiado pelo Mocambique Hip Hop Award (MHHA). Trata-se do som de Allan e Wanda Baloyi, intitulado U.G.T.G.

Também participou no espaço “Uma colecção amanhã”, plataforma de conversa, debates e intercâmbio cultural de Lisboa.

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