“A revolta dos instrumentos” de Mia Couto  e Manoela Pamploma 

“A revolta dos instrumentos”, obra do autor Mia Couto e da Brasileira Manoela Pamplona, será lançada a 29 de Outubropróximo, em Maputo.

O enredo escrito por Mia Couto e Manoela Pamplona, narra uma revolta dos instrumentos contra os músicos. Os instrumentos eram velhos e estavam armazenados há muitos anos quando os músicos os foram buscar para formarem uma banda.

Volvidas duas semanas de muito ensaio de preparação para um espetáculo, os instrumentos cansados de tanto serem tocados, e depois deixados descobertos no frio e no escuro, com o agravante de terem descoberto que não aparecem nos cartazes, o que entendem como falta de consideração, indignam-se e começam uma revolta.

A situação divide opiniões entre os instrumentos. Na discussão há alguns que defendem a realização de uma greve contra os músicos e outros que defendiam a submissão, pois essa é a função dos instrumentos.

Na véspera do show, o percussionista escutou o tambor reclamando dos maus-tratos e decidiu estabelecer o diálogo que conduziu à reconciliação por terem entendido que uns não existem sem os outros.

Numa primeira fase, o  trabalho consistia num projeto musical do TP50 criado e lançado em 2021, disponível nas plataformas digitais, agora transformado em livro infanto-juvenil. A obra enaltece a importância dos instrumentos musicais, por mais antigos que sejam.

A CGA decidiu celebrar os seus 10 anos, metaforicamente infantil, personificando uma década moldada de experiência e projectando o futuro ao apoiar o lançamento desta obra literária.

A CGA faz este gesto de Responsabilidade Social por acreditar que o processo de edução passa pelo acesso por parte das crianças a actividades lúdicas, que são uma marca inquestionável deste livro, “A Revolta dos Instrumentos”, promovendo assim o conhecimento e a cultura, num ambiente de concórdia e harmonia.

Mia Couto nasceu em 1955 na cidade da Beira, província de Sofala. Viveu nessa cidade até aos 17 anos, altura em que foi para Lourenço Marques para estudar Medicina. Interrompeu o curso para iniciar uma carreira jornalística que se prolongou até 1985.

Por sua iniciativa regressou à Universidade para estudar Biologia tendo terminado o curso em 1989. Até à data trabalha como biólogo em Moçambique.

Publicou mais de 30 livros que estão traduzidos e editados em trinta diferentes países. Os seus livros cobrem diversos géneros desde o romance, à poesia, desde os contos ao livro infantil. Recebeu dezenas de prémios na sua carreira, incluindo – por duas vezes – o Prémio Nacional de Literatura, o prémio Camões e o prémio Neustad, considerado o prémio Nobel norte-americano. No ano de 2016 foi finalista de um dos mais prestigiados galardões internacionais, o Man Booker Price. O seu romance Terra Sonâmbula foi considerado por um júri internacional reunido no Zimbabwe como um dos 10 melhores livros africanos do Século Vinte. É membro da Academia Brasileira de Letras. No ano de 2020, com a trilogia “As areias do Imperado”, ganhou internacionalmente o prestigiado Prémio de Literatura Jan Michalski. Em Janeiro de 2021, também com a trilogia “As areias do Imperador”, foi galardoado em França com o Prémio Albert Bernard.

É casado com a médica Patrícia Silva e tem três filhos, todos eles vivendo e trabalhando em Maputo.

Manoela Pamplona é uma actriz, educadora, contadora de histórias, de Nacionalidade Brasileira.

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