Anésio Manhiça expõe “As Vidas do Saco Plástico” em Paris 

Três fotografias da colecção “As vidas do Saco Plástico”, de Anésio Manhiça, serão expostas em Paris, no Museu do Louvre, nos dias 21, 22 e 23 do mês corrente. As obras vão à Paris, onde serão exibidas na esteira du Carrousel du Louvre, uma exposição multidisciplinar e coletiva.

Na mostra – que esteve aberta na Galeria do Museu do Mar – o fotógrafo moçambicano decreve o percurso do saco plástico, desde a aquisição, uso, descarte e reciclagem, a evidenciar o quão este material é nocivo para o meio ambiente, da mesma forma que chama a atenção a mudança de comportamento em relação à gestão de resíduos sólidos.

As obras a serem expostas em Paris foram selecionadas de um total de 12 que compuseram “As Viagens do Saco Plástico”. São elas “Likoroxo do puto”, que ilustra a produção de Xingufos, Likoroxo ou Matsakala como uma maneira de reciclar os sacos plásticos. Trata-se de bolas feitas de restos de pano, plástico e cordas, usadas como uma bola alternativa de futebol. “Acácias molhadas”, uma imagem captada no Sommershield, um bairro nobre da cidade de Maputo, revelando que o descarte de plástico de forma arbitrária não só acontece de sacos plásticos não só acontece nas periféricas. Por fim, a obra “sobrenatural”, uma abstração que permite navegar na diversidade da natureza sobre o  reflexo da textura do saco plástico preto. 
A exposição é organizada pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture e reunirá artistas provenientes do Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Japão Marrocos e Moçambique. 
A seguir a exposição, o fotoetnográficoparticipará de uma conversa pública organizada pela Associação de Moçambicanos e Amigos de Moçambique na França. 

Anésio Manhiça, Moçambicano de 30 anos é Mestre em sócio-antropologia pela Universidade Paris 8, França e pesquisador na Kaleidoscopio – Pesquisa em Políticas Públicas e Cultura.

Destacou-se como fotógrafo em 2021, tendo sido consagrado vencedor num concurso organizado pela Associação Cultural Kulungwana e foi o terceiro colocado no concurso de fotografia organizado pela UN-Habitat em parceria com o Conselho Municipal da Cidade da Beira.
As suas fotografias concentram-se em artefactos e objectos para revelar a interação dos Homens com o meio ambiente e as transformações que estas relações condicionam.

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