“A patrimonialização da história combate desigualdades sociais” – defende professor Lívio Sansone

A valorização do património cultural e da memória é um dos caminhos para a redução de desigualdades sociais e racismo associado à história da escravatura.

O ponto de vista foi defendido por Lívio Sansone, professor Catedrático da Universidade Federal da Baía, numa palestra intitulada “O futuro da memória da escravidão de um passado vergonhoso a memorialização da dor”, que decorreu ontem, no Instituto de Investigação Sócio-Cultural, em Maputo.

Citando argumentos presentes no seu livro ”A política do intangível: museus e patrimónios em nova perspectiva”, o investigador falou da noção de raça e rascismo e da necessidade do uso político da herança da escravidão para a luta contra a desigualdade.

”Eu estou a pequisar o trânsito transatlântico da noção de raça e racismo já há muito tempo. Uma das medidas para a redução do racismo é a necessidade do uso político da herança da memória da escravidão”, disse, acrescentando que para a valorização dessa memória é preciso trazer os contextos locais, trazer aos museus e locais históricos assuntos pouco conhecidos que estejam ligados a época da escravatura”.


Na avaliação de alguns presentes na palestra, ao se declarar determinado produto cultural ou artefacto histórico, em património da humanidade, implica estabelecer um alto nível de manutenção dos bens elevados e isso acarreta custos.

No debate, enfatizou-se ainda que para a valorização da memória, faz-se necessário que as instituições de ensino sejam os principais actores de uma mudança cultural. Mais que a criação de museus, seria útil e barato melhorar a história de Moçambique nas escolas, introduzindo novos capítulos sobre a escravidão.

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