“Equalização das linhas da vida” de Chaná de Sá

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Equalização das linhas da vida, exposição individual de Chaná de Sá, está exposta na Galeria do primeiro andar da Fundação Fernando Leite Couto (FFLC)até ao dia 13 de Agosto. É a terceira vez que este artista expõe na FFLC, porém a primeira que o faz individualmente.

Chaná é um dos mais inventivos artistas da novíssima geração. Um dos mais dotados e, no entanto, um dos mais humildes. Digo humilde e emprego esta locução no melhor e mais alto sentido da mesma, escreveu o escritor e editor Nelson Saúte, descrevendo este artista.

Ele sabe do seu ofício, prosseguiu o escritor no texto de aprsentação desta mostra que teve a curadoria de Yolanda Couto, e sabe da sua singularidade, mas não se perde na soberba. Acrescentando que de Sá é cerebral e intuitivo, é ainda um dos nossos criadores mais profícuos e proficientes. Tudo isto subsídio da sua técnica, com o seu traço e com aquilo que ele transmite ou significa. O seu traço é único. As suas cores também. As técnicas, quase sempre miscelânea das mesmas, idem. Tintas naturais, aquarelas e acrílicos.

Chaná de Sá, como assina Algy Chaná Alberto de Sá nascido em 1983, em Maputo, é um artista visual que, pode-se assumir, amadurecido na cidade de Inhambane, onde morou por vários anos.

Formado fora do circuito da capital do país, é subversivo sob ponto de vista técnico e estético, se tivermos em consideração, por exemplo, algumas máscaras desenhadas nas telas de “Equalização das linhas da vida e nos trabalhos que já expôs nas duas anteriores colectivas que integrou na Fundação.

A desfiguração do rosto em si, assim como das máscaras, já tradicionais no vocabulário visual corrente do país, são particularmente relevantes neste momento em que o mundo está já a migrar muito rapidamente dos selfies(Facebook e Instagram) para a performance (Tik Tok).

Entre as referências de Inhambane que se pode encontrar no seu imaginário, presentes nos seus quadros, estão o azul, cor do mar que banha quase toda a costa a da cidade e o título de uma das obras é Magulute, expressão que usam os Guitongas quando a maré está muito alta.

Recentemente Chaná de Sá mudou-se para o Município da Matola, para prosseguir a sua formação, no Instituto Superior de Artes e Cultura (ISAR) e procura o seu lugar ao céu, sendo mais específico, neste caso, nas galerias e História de arte moçambicana.

Em Inhambane é professor na Casa Provincial da Cultura há largos anos, é membro e fundador do movimento de artistas plásticos da Província de Inhambane Gerações Wagaya, além de, a nível nacional integrar o Núcleo de arte, entre outras agremiações.

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É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

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