Estudantes da UEM usam “Identidade” para libertar

0
314

A peça “Identidade”, apresentada na última quarta-feira, no Centro Cultural Universitário, na cidade de Maputo, serviu de grito de socorro e libertação de medos, anseios, dores, traumas, sonhos.

Os estudantes do 1º ano de Teatro da Universidade Eduardo Mondlane, subiram ao palco para retratar histórias sensíveis e reais vividas por eles e pela sociedade moçambicana. Foram demonstrações de guerra, numa altura em que a província de Cabo-Delgado é alvo de terroristas. Mas não foi só isso, houve espaço para retratar o trauma vivido pelas vítimas de abuso sexual, a relação entre pais e filhos, professor-aluno, o homossexualismo, a infidelidade entre casais jovens e abortos provocados, resultantes de gravidezes precoces.

Os estudantes tiveram a oportunidade de mostrar ao grande público o seu primeiro exercício prático em representação. Apesar dos desafios enfrentados durante a produção da peça, acreditam que a mesma abriu caminho para aquilo que o futuro lhes reserva.

“Achei o exercício muito pesado porque ainda era novidade, para mim. Não sabia que em teatro existia técnica, processo, muita leitura e não se faz coisas amadoras. Tudo aquilo que se faz é profissional. Então, foi uma experiência boa e difícil ao mesmo tempo, mas foi necessário”, narra Shercia Coralina.

Espera-se que a partir de “Identidade”, haja cura e superação de traumas vividos pelos próprios estudantes e pela sociedade.

Através da peça, Ricardino Canda, que também actuou em “Identidade” afirma que “representamos as histórias com a intenção de curar-nos desses traumas e também de trazer uma mensagem para a sociedade, no sentido de conscientizar para alguns problemas que podem surgir na vida interpessoal”.

Estenderam-se fortes aplausos e sorrisos, após a apresentação da peça, como prova do impacto que deixou ao público.

Dadivo José, Director do curso de Teatro, deixou ficar as mais profundas felicitações aos estudantes pela coragem, bem como aos professores que estiveram a acompanhar os estudantes durante o processo de produção da peça.

A peça teatral está inserida no exame da cadeira “Estudos Perfomantivos”, que acontece em três vertentes: voz, movimento e representação. 

O exame foi realizado em palco e em público como forma de preparação para a vida profissional.

“Porque eles têm que ter essa experiência com o público, actuando. Afinal de contas estamos a preparar futuros actores. Então, eles têm que começar a ter essa experiência de pegar uma história e  transformar em teatro” explica Lucrécia Noronha, professora de Teatro que acompanhou os estudantes na produção da peça.

 

Artigo anteriorEncerram hoje inscrições para Festival Fixe
Próximo artigoTP50 apresenta “A Lebre e o Génio da Selva”
Isah Esmeralda, pseudónimo de Felizarda Nhare, formou-se em locução pela Rádio Cidade das Acácias, tendo apresentado o programa “Rotatividade”. Colaborou na União Nacional de Estudantes, como Directora Adjunta do Departamento de Comunicação e Imagem. Querendo mergulhar no Jornalismo Cultural, de 2022 até inícios de 2023, foi repórter na Plataforma Mbenga: Artes e Reflexões, onde conduziu entrevistas e assinou textos em diversos géneros jornalísticos, para a promoção das artes e cultura em Moçambique. Conta com textos sobre cultura na Plataforma "Tsevele". É estudante de Jornalismo pela Universidade Eduardo Mondlane. E, também, dedica-se a escrita de contos e crónicas literárias de intervenção social, tendo se destacado entre os 10 finalistas da 1ª edição do Prémio Carlos Morgado. Além disso, ocupou o 1° lugar no Concurso Tio Caderno - Literatura 2023.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here