Mais públicos para os espectáculos

O Presidente da República, Filipe Nyusi, acaba de anunciar o alargamento do número máximo de pessoas permitidas nos espectáculos, teatros, cinemas e outros eventos culturais, em todo o território nacional.
Pretende-se, com a medida a vigorar nos próximos 60 dias, a partir da meia-noite de amanhã, promover o desenvolvimento integrado dos diversos sectores sociais, numa altura em que o panorama das artes se encontra ainda mais fragilizado.
Como já tinha reconhecido na declaração a nação de 15 de Julho do ano passado, que noticiamos no dia seguinte, este, que se pretende atingir o estágio de Indústrias Culturais e Criativas, foi dos sectores mais sacrificados pelos cerca de dois anos de braços com restrições.
Doravante, um espaço de espectáculo fechado pode receber até 500 pessoas, o que duplica nos locais abertos, enquanto os Teatros, salas de cinema e centros culturais já podem atingir até 80% da sua capacidade de lotação.
Durante a mais recente comunicação à nação, Nyusi anunciou, também, o fim do recolher obrigatório. Convidou a sociedade a não, por isso, deixar de usar máscara, desinfectar as mãos com álcool em gel, sobretudo nos locais de aglomeração, além da toma das vacinas, no combate à pandemia.
A consequência dos encerramentos que marcaram os últimos dois anos significou a falta de trabalho para os artistas performativos e as equipas técnicas que os suportam, entre os quais profissionais do som, de luz entre outros intervenientes que compõem a cadeia de valores do sector.
Acompanhamos e noticiamos relatos de artistas que dependentes exclusivamente do seu trabalho nos palcos, encontram-se numa situação precária, havendo os que já sequer conseguem pagar a renda ou colocar alimento na mesa para as suas famílias.
De modo a minimizar o impacto da pandemia, em 2020, o Ministério da Cultura e Turismo, anunciou cinco milhões de meticais, disponibilizados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Com a soma, foram organizados eventos na Galeria de Maputo e na Casa de Ferro. Porém a gestão desse fundo não foi de agrado da classe que aliás, manifestou a sua indignação em relação aos critérios definidos para a selecção dos beneficiários.
Na perspectiva de garantir que no futuro haja uma intervenção mais adequada, o Ministério realizou o mapeamento dos artistas e outras entidades como a Associação Moçambicana de Teatro (AMOTE), igualmente realizou um mapeamento que possibilitou avaliar o impacto financeiro do encerramento dos espaços artísticos.

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