Uma bicicleta que percorre, simultaneamente, dois séculos, XIX e XXI, a favor do presente, conduz ao leitor pelo universo da “Sina de Aruanda”, novo romance de Virgília Ferrão, a ser lançado a 8 de dezembro, na Fundação Fernando Leite Couto, em Maputo.

A bicicleta, escultura de Samuel Djive, que faz a capa do livro, é uma metáfora de viagem por dois tempos distintos que, entretanto, transportam estórias que se conectam, não obstante esses tempos representarem o nascer da modernidade e estas vivências contemporâneas.

“Sina de Aruanda” que sai sob chancela da Fundação Fernando Leite Couto, a ser apresentado por Albino Macuácua, foi vencedora do Prémio Literário 10 de Novembro 2019. É um enredo que, através de personagens preocupados com questões ambientais, nos conduz para alguns episódios da história moçambicana e da região sul do Índico, que na segunda metade do século XIX mobilizou-se no comércio escravocrata a contornar a interdição e consequente patrulhamento britânico no Atlântico.

Em 1890, uma tragédia cai sob o Prazo de Aruanda, quando, a convite da Dona Luísa Noronha, proprietária do território, para surpresa do Capitão Bento, seu esposo, o Lord Sean invade a casa para capturar duas criadas da casa grande, Carina e a sua mãe.

A última coisa que Pedro Lucas deseja é ver a sua amada, Carina, traficada como escrava para as Ilhas Francesas. Dona Luísa Noronha, entretanto, mãe de Pedro Lucas, é uma mulher que não poupa esforços para alcançar seus objectivos, trazendo assim uma tragédia à Aruanda.

Passado um século, em 2005, tendo como mote uma pesquisa do carismático consultor ambiental Daniel Barros, Maria Cristina, uma estudante universitária que vive atormentada pelo seu passado, e Angelina Manhiça, uma jovem perturbada pelo seu bizarro dom, conectam-se com o episódio de 1890.

Ambas jovens vêem-se a abraçar as causas ambientais e o projecto de Daniel Barros, desconhecendo, porém, a estranha sina que as espera ao desvendarem a verdade sobre o consultor.

Daniel de Barros nutre uma inexplicável paixão pela região de Aruanda, começando um projecto de restauração na missão de Mobora.

Virgília Leonilde Tembo Ferrão nasceu a 3 de Outubro de 1986, na Cidade de Maputo, em Moçambique. Em 2005 estreia-se com o lançamento da obra literária intitulada “O Romeu é Xingondo e a Julieta Machangane”, sob a chancela da Imprensa Universitária da UEM.

Em Setembro de 2008 graduou-se no curso de Direito, no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique (ISCTEM). Em 2011 parte, para Melbourne, Austrália, para fazer o seu mestrado em Ambiente.

A sua segunda obra, intitulada “O Inspector de Xindzimila”, foi publicada em 2016 sob a chancela da editora Brasileira Selo Jovem. Actualmente, trabalha para a Total E&P Mozambique Área 1, como consultora jurídica e é administradora do blog “diário de uma

qawwi”. Foi galardoada com o Prémio Literário 10 de Novembro, 2019, atribuído pelo Conselho Municipal de Maputo.

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