Sara Jona é a nova directora da Fundação Fernando Leite Couto

Sara Jona Laisse, doutorada em Literaturas e Culturas em Língua Portuguesa pela Universidade Nova de Lisboa, ensaísta e docente de Técnicas de Expressão e de Comunicação na Universidade Católica de Moçambique, é a nova directora executiva da Fundação Fernando Leite Couto (FFLC).

A nova directora abre um novo ciclo, com novas propostas e uma nova visão para a FFLC, que é um Centro Cultural Moçambicano criado há cinco anos, período no qual vem se notabilizando ao dar espaço a novos artistas de diferentes disciplinas para mostrar os seus trabalhos e a criar pontes de intercâmbio, através dos seus projectos de Residência Artística, entre outros.

Há 20 anos que Sara Jona mantém um programa de incentivo ao gosto pela literatura designado “Tertúlias de Sábado” e foi editora do programa radiofónico “Lavradores da palavra” e dos programas televisivos “A Letra” e “Letra Viva”. É, actualmente colaboradora do jornal Setemargens.

A ensaísta possui uma larga bagagem no campo da Literatura e nos Estudos da Cultura Moçambicana, conforme atestam as publicações dos livros “Entre o Índico e o Atlântico: ensaios sobre literatura e outros textos (2013) e Entre Margens: diálogo intercultural e outros textos. E, entre outros, os ensaios nos seguintes livros: A Língua Portuguesa na Índia e em Outras Terras (2018); Reinventar os discursos e os palcos: o rap, entre saberes locais e olhares globais (2019); Língua Portuguesa: lusofonia(s), língua(s) e cultura(s) (2020); e Percurso pelas áfricas: a literatura de Moçambique (2020).

O escritor Lucílio Manjate é outro novo rosto da Fundação, ocupando o cargo de coordenador editorial. Licenciado em Linguística e Literatura pela Universidade Eduardo Mondlane, Manjate é professor de Literatura na Faculdade de Letras e Ciências Sociais na mesma Universidade.

Lucílio é igualmente escritor, tendo já publicado o livro de contos Manifesto (2006), Os Silêncios do Narrador (2010, novela), A Legítima Dor da Dona Sebastião (2013, novela), O Jovem Caçador e a Velha Dentuça (2016, infanto-juvenil), A Triste História de Barcolino, O homem que não sabia morrer (2017, novela), Rabhia (2017, romance), entre outros.

No campo da crítica literária, publicou, em co-autoria, o livro Literatura Moçambicana – Da Ameaça do Esquecimento à Urgência do Resgate. E foi distinguido com o Prémio Revelação Telecomunicações de Moçambique 2006, pela obra Manifesto; Prémio 10 de Novembro 2008, do Município de Maputo, pela obra Os Silêncios do Narrador; Prémio Literário Eduardo Costley-White 2016, pela obra Rabhia.

A Fundação Fernando Leite Couto é uma Fundação e Centro Cultural inaugurada no dia 15 de Abril de 2015, com o nome do autor Fernando Leite Couto e funciona num edifício projetado por Pancho Guedes, na Avenida Kim-Il Sung, nr. 961, no Bairro Sommerschield.

A instituição foi criada pelos filhos do escritor, nomeadamente, Fernando Amado Couto, Emílio Leite Couto (Mia Couto) e Armando Jorge Couto, com a ideia de promover as artes, a cultura e a literatura moçambicana.

Esta casa não só organiza eventos, mas também planeia oferecer bolsas artísticas e prémios, com a ideia de promover jovens escritores moçambicanos.

A Fundação tem uma pequena biblioteca, um restaurante e também espaços para eventos como concertos, leituras, lançamentos de livros e exposições. Vários escritores, artistas, músicos e fotógrafos moçambicanos já presentaram seus trabalhos nos espaços desta. E a casa já se estabeleceu como um espaço cultural importante na capital moçambicana. 

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