Rockfeller’s sem baixo. Covid levou Ivan

0
399

Morreu na madrugada desta terça-feira em Maputo, Evangelos Velhanos (1976-2021), conhecido por Ivan, membro fundador, baixista e líder da banda moçambicana de rock Rockfeller’s, vítima de complicações casadas pela COVID-19.

Ivan juntamente com Marco Ribeiro e Victor Ribeiro fundou a banda de rock “Inéditos”, da qual resultaria mais tarde a icónica Rockfeller’s. Este conjunto entra para a galeria dos clássicos moçambicanos com hits como “Minha vida” e “Voar”.

A sua banda já foi composta pelo vocalista Xavier Machiana, por Paulo Wilson, Bruno Akani, Zé Pesqueira. Conforme a nota de imprensa recebido pelo “Mbenga”, “estava em curso um processo de restruturação que viria a culminar com mais um trabalho discográfico da banda”.

Com letras simples a falar de coisas comuns para os jovens do seu tempo Rockfeller’s teve a proeza de ser a primeira banda de rock moçambicana a notabilizar-se no cenário mainstream nacional, com 2 álbuns gravados e responsáveis por temas considerados hinos da sua geração.

O conjunto recebeu vários prémios e actuou em mais de 500 espetáculos em estádios de futebol, arenas e espaços ao ar livre para audiências com mais de 10.000 pessoas em todo país.

Ivan integrou esta banda que dividiu palco com artistas de gabarito mundial como UB40, Martinho da Vila, Max Gazze, Lucky Dube, Hugh Masekela, Oliver Mtukuzi, Kassav, Bayete, Xutos e Pontapés.

Pode-se ainda contar Sérgio Godinho, Os Travessos, Tito Paris, Mafikizolo, Bongo Mafin, Danielle Silvestri, , Filipe Mukenga, Tiazinha, Kapa Dech, Awilo Longoba, Splash, Gil Semedo, Irmãos Verdade, Oliver Ngoma, Stewart Sukuma, Banda Kakana, Suzana Lubrano, Mandoza, Ghorwane, Wazimbo, Mingas entre outros.

Rockfeller’s é sem dúvida uma das bandas de referência como os Moz Pipa, Kappa Desh ou Ghorowane, surgidas entre os anos 80 e 90. Ivan Velhanos deixa 3 filhos e um legado artístico significativo e incontestável no panorama da música rock em Moçambique.

Ivan Velhanos era igualmente jurista e empreendedor. Nos últimos meses esteve a investir no estabelecimento de uma marca de produtos orgânicos de produção local.

Artigo anteriorA PRM quer resgatar a PIDE ao censurar as Artes?
Próximo artigoO CATALOGUS de autores nacionais abre amanhã
É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here