PR reconhece os artistas entre as maiores vítimas da COVID-19

O Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, reconheceu ontem na comunicação à nação que o sector das Artes e Cultura são, de longe, os mais atingidos pelas medidas restritivas, pois estão impossibilitados de produzir.

Estas palavras foram proferidas no fim da apresentação de novas medidas de prevenção a pandemia que está a evoluir para a terceira vaga mais transmissível e letal que as duas anterior. Na ocasião, reconheceu que este sector mesmo sem meios, sem capacidade financeira, concretiza os seus projectos, pelo que congratula a resiliência e convida a “capacidade de reinvenção”.

Numa altura em que o sector, cronicamente precário, atravessa a avenida das incertezas com artistas já na rua da amargura, o Chefe de Estado disse estar confiante que “iremos encontrar o melhor caminho”.

Entretanto mantém interditos os teatros e realização de espectáculos. As galerias e museus podem estar abertos, podendo receber apenas 20 pessoas, em simultâneo.

Desde que se registaram os primeiros casos positivos, em Março do ano passado, que o sector das artes teve de encerrar os eventos. Algumas instituições adaptaram a sua programação para o online, passando a transmitir as suas actividades nas respectivas páginas do Facebook e Youtube.

Em face dos números baixos que se registavam no segundo semestre do ano passado, em Outubro, os Centros Culturais e Casas de Pasto foram autorizados a retomar as actividades presenciais, com 40 porcento da sua capacidade.

Entretanto com a subida da segunda vaga em Janeiro, em Fevereiro o PR decretou novo encerramento, que foi aliviado em finais de Abril e manteve-se até o mês passado.

A consequência destes encerramentos é a falta de trabalho para os artistas performativos e as equipas técnicas que os suportam, entre os quais profissionais do som, de luz entre outros intervenientes que compõem a cadeia de valores do sector.

 Há relatos de artistas que dependentes exclusivamente do seu trabalho artístico, encontram-se numa situação precária, havendo os que já sequer conseguem pagar a renda ou colocar alimento na mesa para as suas famílias.

De modo a minimizar o impacto da pandemia, ainda no ano passado, o Ministério da Cultura e Turismo, anunciou cinco milhões de meticais, disponibilizados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Com a soma, foram organizados eventos na Galeria de Maputo e na Casa de Ferro. Porém a gestão desse fundo não foi de agrado da classe que aliás, manifestou a sua indignação em relação aos critérios definidos para a selecção dos beneficiários.

Na perspectiva de garantir que no futuro haja uma intervenção mais adequada, o Ministério realizou o mapeamento dos artistas e outras entidades como a Associação Moçambicana de Teatro (AMOTE), igualmente realizou um mapeamento que possibilitou avaliar o impacto financeiro do encerramento dos espaços artísticos.

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