Abrem-se páginas das Histórias com Cores … arteando Mia Couto

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AManhiça, Elias Manjate e Marcos P’fuka, três artistas visuais moçambicanos, criaram pinturas e esculturas a partir da leitura de textos de Mia Couto e o resultado é a exposição colectiva Histórias com Cores e Vício-inverso, arteando Mia Couto, a inaugurar na quarta-feira (07), às 18.00 horas, na Galeria da Fundação Fernando Leite Couto.

Esta exposição é, com efeito, a materialização de um diálogo entre a literatura e as artes visuais com a intenção de mostrar as interpretações que cada um destes artistas fazem das imagens que o escritor cria nos seus livros.

Aos olhos do escritor e critico literário, Lucílio Manjate que assina o texto de apresentação da exposição, Amanhiça através das suas esculturas, molda a dureza e a severidade do ferro e dá-lhe sensibilidade e elegância a ponto de, inclusive, convencer às suas criaturas a ensaiarem o voo necessário nestes tempos de cólera, como quem lembra o amor de García Márquez.

O traço de Elias Manjate que se apresenta com pintura em telas, observa Lucílio, é azul como a dança do mar, castanho como o peso da terra, verde como o futuro, mas também pode ser incolor como a música.

Marcos P´fuka, ainda na perspectiva de Lucílio Manjate, acende, nas suas telas, luzes no fundo do túnel, espanta medos e nos devolve o calor sensível ao olhar. “O seu mundo cheio de sóis e calores reconstrói-se em nós através da retina da ave, como acontece com Amanhiça e Manjate”, lê-se no texto de apresentação.

As obras estarão acompanhadas por excertos de textos de Mia Couto, de várias obras diferentes, mediante a inspiração de cada um dos três artistas visuais.

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É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

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