Amanhã conheceremos HORTÊNCIO LANGA, O POETA DOS ACORDES

0
658

A morte de Hortêncio Langa deixou um vazio nas artes, que vamos tentando preencher – se é que é possível – celebrando o seu legado. É neste contexto que amanhã a Fundação Fernando Leite Couto realiza o lançamento do documentário HORTÊNCIO LANGA O POETA DOS ACORDES.

O evento a ter lugar às 18.00 horas na Fundação Fernando Leite Couto para convidados com transmissão nas páginas do Facebook da FFLC e TP50, dará à luz a um trabalho conjunto produzido pela EKAYA, TP50 e a FFLC. 

A película é composta por fotos, vídeos e depoimentos de amigos e da família, que buscam testemunhar e retratar as vivências com um dos maiores artistas que este jovem país viu nascer.

O objetivo é trazer a dimensão humana de Hortêncio Langa que foi músico, escritor, artista plástico e professor.

Hortêncio Langa perdeu a vida no dia 12 de Abril aos 70 anos no Hospital de Polana Caniço na cidade de Maputo, vítima de COVID-19.

De acordo com uma fonte familiar, o artista não resistiu a uma complicação pulmonar.

Hortêncio Ernesto Langa além de ser músico formado pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane foi também Docente de História da Música na mesma Instituição, tendo já sido professor de trabalhos manuais e de desenho em Escolas Secundárias.

Langa foi um artista multifacetado, reconhecido no espaço cultural moçambicano como músico, pintor e escritor. Compôs, executou guitarra e foi cantor que eternizou-se com obras que o colocam no Olimpo da música moçambicana.

A sua carreira musical define-se em 1963, quando, em Manjacaze, começou a tocar gaita, guitarra de lata e a cantar. Iniciou-se na guitarra com José Mucavel, seu amigo de infância e com 12 anos, em Chibuto, criou o seu primeiro trio com Wazimbo e Miguel Matsinhe, também seus amigos de infância, os Rebeldes do Ritmo.

Depois de integrar duas bandas enquanto cumpria o serviço militar em Nampula, e da banda afro-rock Monomotapa, com Arão Litsuri em 1979 se desloca a Cuba, Jamaica e Guiana, pouco depois da visita de Samora Machel àqueles países. Com a integração de João Cabaço, o duo passou a trio.

Langa e o seu trio participaram do Festival de Neubrandenburg, na então República Democrática Alemã. Da participação resultou um álbum de grande valor histórico e cultural para o nosso país.

Nos últimos anos, manteve a sua carreira a solo, com participação em concertos do TP50, conjunto do qual foi fundador.

Artigo anteriorO «EVANGELHO» DO REVERENDO JOSSEFA NHATITIMA SEGUNDO LUIS LOFORTE
Próximo artigoA volta ao mundo de Dito Tembe
É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here