“Nasceu o meu primeiro neto” – Paulina Chiziane

Por Emanuel Banze

Para além de escrever, Paulina canta. Prova disso, é que, sexta-feira finda, a então cantora subiu ao palco do Auditório da Rádio Moçambique (RM), em Maputo, para apresentar o seu primeiro trabalho discográfico.

Intitulado “Canto de Esperança”, o CD é composto por 11 faixas e uma intro cujas letras foram escritas no livro “Canto dos Escravos”, de 2017.

O disco é fruto de uma co-produção da cantora juntamente com o conjunto musical “Amigos da Neta”. Trata-se de um trabalho discográfico que aborda o colonialismo em África, no geral, e em Moçambique, em particular. Paulina, tal como faz na obra “O canto dos Escravos”, neste CD também fala do processo de libertação do continente, temática que já é habitual nas suas obras literárias.

“Nasceu o meu primeiro neto” descreve a cantora, tecendo agradecimentos ao colectivo “Amigos da Neta” pelo esforço e entrega abnegada à elaboração deste trabalho.
“É uma sensação de muito afecto e carinho por eu ter trabalhado com braços e mentes muito jovens, então dá um gosto especial”, acrescentou.

O espectáculo

Para além da apresentação do CD, o palco do auditório da RM acolheu a primeira actuação da Paulina Chiziane. Foi um momento de festa, o público afluiu em massa para assistir ao espectáculo.

Além de Paulina, estiverem em palco “Amigos da Neta”, os irmãos Willy, Anibal e a Banda M’laio, Azagaia, entre outros. Os convidados terminavam suas apresentações interpretando temas em homenagem à Paulina Chiziane.
Para o jovem rapper Azagaia, Paulina Chiziane decidiu passar todo o seu aprendizado à presente geração, por isso, defende, há uma necessidade de se reflectir em torno da vida e obra dessa artísta.

Azagaia destacou que “África precisa despertar, valorizar a sua arte e cultura”, tal como demonstra o primeiro CD da Paulina.
Azagaia entende que “Paulina Chiziane está a mostrar que o mais importante não é o dinheiro, mas a identidade, e é muito bom esse tipo de mensagens. Nós precisamos ter valor e esse valor vais nos impedir fazer coisas erradas optar por certas”.

Em representação ao colectivo “Amigos da Neta”, Salmo Eduardo, de nome artístico Maestro das Palavras, disse que o artísta deve transcender à transversalidade, procurando explorar várias formas de manisfestação artística.
“Além da escrita, ela voa mais, e o artísta é isto. Ele vive, cria, imagina. O artísta não pode ser quadrado, ele tem que voar”, concluiu.

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Scroll to Top