RAPÓDROMO DUPLA COLISÃO Rappers digladiam-se pela primeira vez em batalhas duplas

É O REGRESSO das batalhas de rap, que têm vindo a agitar adolescentes e jovens, sobretudo, da capital do país. Mas desta vez, o evento terá um novo formato. É que os rappers fá-lo-ão em duplas, o que lhes obrigará a fazer um esforço adicional e em constante sintonia. Para esta primeira experiência do Rapódromo foram escolhidas duas duplas, por sinal, gladiadoras, que saíram vencedoras, nas últimas edições, diante dos homólogos angolanos.

Assim, as duplas Epatxos One/Kadabra e 16 Cenas/Trovoada, estarão na tarde de sábado (24), a partir das 16.00horas, em confrontos líricos, numa batalha, que se espera épica. O evento denominado “Rapódromo: dupla colisão” terá lugar no Beergarden, no Jardim da Liberdade (Madjerman).

Os rappers Duas Caras e Allan, organizadores do evento, disseram, quando da conferência de imprensa havida na tarde da última quarta-feira, no espaço, que acolherá o espectáculo, que o diferencial da batalha de sábado é de juntar os quatro gladiadores, que marcaram as últimas edições do Rapódromo e que nunca se enfrentaram.

“Não há nada mais justo que termos estes quatro a batalharem entre si. Este é o primeiro evento do ano. E uma das coisas, que nos faz não sermos tão regulares, é a questão financeira, uma vez que investimos dinheiro próprio e não contamos com patrocinadores”, referiu Duas Caras, acrescentando que as enchentes naqueles eventos podem dar uma falsa ideia, de que fazem muito dinheiro.

“Há muitos custos operacionais, o que nos levou também a mudar do local do evento, igualmente, para facilitarmos a deslocação das pessoas, uma vez que vêm de vários pontos da cidade e província de Maputo”.

Questionado sobre a razão de continuarem com aqueles eventos, apesar das dificuldades, o autor do “País da Marrabenta” observou que “para se fazer este jogo é preciso alguma capacidade intelectual e isso incentiva as pessoas a querem saber mais”, antes de ser secundado pelo seu colega Allan: “esperamos a partir daqui contribuir para a cultura hip-hop e inspirarmos mais jovens”.

“INFLUENCIAMOS JOVENS À LEITURA”

Trovoada, que não esteve com a sua dupla no lançamento do evento, foi lesto, começando por enaltecer as qualidades do seu parceiro: “16 cenas é o melhor batalhador nacional, e a seguir vêm os outros, eu nem faço parte dos 10. Mas há um ditado que diz que vença o melhor. Para mim é diferente, vence quem está melhor”.

Antes de terminar, o gladiador, que derrotou o angolano Tanay-Z, na última edição do Rapódromo, reconhece dificuldades, para as duas duplas, sobretudo, na composição, tendo em conta, que todos têm estilos diferentes.

“Por isso, temos o à vontade de não sabermos se estamos a errar, o que deverá se tornar numa coisa bonita. O facto de sermos todos amigos joga a favor, porque depois da batalha, continuaremos a conviver, como vem sendo”.

Por seu turno, Epatxos One, que se fez acompanhar pela sua dupla (Kadabra), atiçou a batalha. “O 16 Cenas é bom e o Trovoada também é bom. Mas eu e o Kadabra somos bons e maus”, declarou, deixando antever uma disputa acérrima.

Mas, mais do que disputar, exaltou o papel das batalhas, que além da vertente competitiva, incentivam os jovens (maiores seguidores) à leitura.

“Há termos, que usamos, que obrigam os ouvintes (espectadores/telespectadores) a buscarem os seus significados e a pesquisarem mais, o que as sujeita a investirem mais no seu conhecimento; além disso, fazemos críticas de intervenção social”, elucidou “El Campero”, acrescentando que mesmo depois da batalha, a amizade entre os oponentes prevalecerá.

As batalhas de rap consistem em usar várias técnicas (trocadilho, duplo sentido, etc.) para derrubar, verbalmente, o seu oponente num determinado tempo cronometrado. No caso Rapódromo, são divididas em três partes, designados rounds. Após o evento as batalhas são disponibilizadas no Youtube para votação popular.

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