Massacre da Mueda retratadona primeira ópera moçambicana


A primeira ópera moçambicana vai ao palco nos dias 14 e 21 de Setembro, a partir das 18 horas, no Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo.A peça retrata o massacre de Mueda, que aconteceu na província de Cabo Delgado, a 16 de Junho de 1960.


“O Grito de Mueda”, cujo texto é da autoria da Nilza Laice conta a história da carnefecina perpetrada pelo regime colonial português em retaliação a reivindicação de liberdade e igualdade de tratamento. 


O concerto, que deverá durar duas horas, será dividido em três partes. A primeira retrata o ambinte vivido numa escola da zona rural onde decorria uma aula de português.

A mesma é interrompida pela presença de camponeses, que na altura encontravam-se a organizar uma petição para apresentar ao governo português.


A segunda parte descreve a solicitação feita por alguns estudantes dessa turma aos pais, para lhes autorizarem a participar da petição.

A última parte é o encontro entre esse grupo composto pelos alunos, crianças, encarregados, moradores daquela zona com as autoridades portuguesas. O resultado foi a morte de várias pessoas.


Este espectáculo, que vai juntar vários artistas, começou a ser idealizado há oito anos, num exercício académico das cadeiras do curso de música, pelo maestro moçambicano Feliciano de Castro e o argentino Óscar Castro, professores da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane. 

Para este concerto, vão subir ao palco 17 solistas que vão emprestar o seu talento, cantando sobre as injustiças perpetradas pelo regime colonial. A orquestra da UEM, dirigida por Violeta Massango é um dos grupos que vai actuar nesta que é a primeira ópera. 

O evento vai, igualmente, contar a actuação do agrupamento Wunanga, um coro fundado e dirigido pelo estudante de Música Samuel Manhiça Jr.. Este grupo, que venceu, no ano passado, a categoria de melhor indumentária da nona edição do concurso Fest Coros, realizado pelo Grupo Soico, deverá interpretar, igualmente, temas em línguas locais.A embaixada da Argentina, que apoia a iniciativa, acredita que a cultura é um dos instrumentos mais importantes para fazer conhecer a história de um povo.

Para esta entidade diplomática, “O Grito de Mueda” é também uma oportunidade de criar intercâmbio cultural entre os dois países.

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