Washington em Maputo: foi uma viagem

salim-washington-front1

O saxofone e a bateria eram norte-americanos, a voz da Suazilândia, o baixo e o piano sul-africanos e ainda por cima o saxofonista Salim Washington tocou um samba no Café e Bar Gil Vicente.

Concerto havido na sexta-feira foi parte da turné que o saxofonista e a Sankofa Band, estiveram a fazer em Maputo no último final-de-semana. Na quinta-feira actuou no Mar na Brasa e no domingo, no Ambient`s bar.

I dont´t speak portuguese, but i´ll play samba” disse o saxofonista de Detroit (Estados Unidos), a residir em Durban (África do Sul), antes do seu quinteto preformar um samba.

O momento foi de embarque para as areias do litoral de Ipanema, no Rio de Janeiro (Brasil), e sentir as brisas dos anos 60 de Tom Jobim, João Gilberto, embriagados de jazz com a Música Popular Brasileira a mistura.

Os pratos da bateria a servir aperitivos leves, num matrimónio harmónico com o baixo, que por sua vez através dos seus acordes proferia os verbos da sua gravidade, encaixados pelo teclado e o saxofone de Salim Washington, neste que foi um dos momentos mais animados do concerto.

Com a plateia dispersa pela casa, uns sentados nas mesas e uma larga maioria “empoleirada” junto ao bar, o “Gil” não estava lotado. “O jazz tem 30 notas e a música pop apenas 3. Mas acontece de teres 30 pessoas para acompanhar a um espetáculo de pop e três no de jazz”, comentou um espectador.

O quinteto preformou um jazz ocidental que denunciava as origens do líder. Salim por vezes soprava o seu clarinete e noutras era o sax tenor que distribuía o seu perfume sonoro.

Depois de já ter se conectado com o público interpretaram a música “Freedom Jazz Things”, que começou com notas leves e foi evoluindo, com o subsídio da vocalista que fazia um “scat singing”, na sua voz expressiva da Suazilândia e com muita influência do “soul”, sul-africano.

Salim Washington, findo o concerto, confessou que aprecia a música moçambicana, por ser “melódica e rítmica”. Acrescentou ainda que o país tem bons instrumentistas.

“Quero usar elementos da música moçambicana no meu jazz, me apropriar deles porque acredito que vai me enriquecer”, disse.

Acompanhe a performance de Salim Washington

 

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Scroll to Top