Diferentes mas iguais

Inspiro-me em todos os artistas

que fazem boa arte

Diferentes mas iguais, essa é a exposição individual de São Paixão, exibida no Centro Cultural Franco Moçambicano (CCFM), do dia 13-31 Maio. A mostra é resultado de leituras feitas a partir da técnica de bordado manual de vários artistas.

Maria d Assunção Perestrello Marques Paixão, nascida em Lisboa, 1942, veio a Moçambique quando tinha apenas seis anos. Formada em arquitectura pela Escola de Belas artes de Lisboa, São Paixão começou a bordar quadros em 1985. Participa em exposições colectivas desde 2009, tendo com destaque para paleta e agulha com Victor Sousa.
“A produção das obras de São Paixão começa com um olhar focalizado, uma visão de criação de obra primária, através da recriação. Esta exposição nos leva a uma viagem de focalizações particulares, que são tão originais quanto à obra primeira”, frisou a directora do CCFM, Eden Marta, aquando da abertura da exposição.
O ex. professor de São Paixão, Carelho José, seguiu na mesma linha de pensamento ao afirmar que “as obras de Paixão são uma recriação de obras de autores renomados, e em nenhum momento ela substitui o autor original”.
Carelho disse que São Paixão é uma artista de mão cheia, por ter conseguido manter-se num momento de grandes desafios e sacrifícios, em que os valores fundamentais eram a lealdade e o emprego de valores técnicos nas obras de arte para resolver problemas e promover consenso.
Já, a expositora realçou que a sua fonte de inspiração são os diferentes artistas e que todas as obras carregavam uma parte de si: “A minha fonte de inspiração são os artistas, dentre eles José Júnior, Jorge Nhaca, Shikhane”.
A expositora afirmou que “não há nenhuma obra que me marcou em especial, mas quando olho para elas vejo um pouquinho de mim nelas”.
Suponho que a obra de Mankew, a família, é a que deu-me mais trabalho por causa dos olhos, pois eram finos e não é fácil bordar”, realçou Maria de Assunção.
Para o futuro, a mesma prometeu apresentar um trabalho em breve: Estamos a preparar outra exposição, para daqui a dois (2) anos com o curador Jorge Dias.
“A exposição é o contributo que dou, e faço o que posso, que é interpretar obras de outros artistas, e a desvantagem é que não posso ficar com eles em casa, então faço as vendas”, disse.      
Curador
“Na arte não há momentos difíceis, porque tanto para o artista bem como para o curador há muito trabalho”, afirmou Jorge Dias aquando da exposição de São Paixão.
O curador disse que organizar a exposição lhe foi fácil devido à experiência que tem. “Não foi nada difícil, pois eu trabalho com a Paixão há aproximadamente cinco (5) anos, e quando ela decidiu fazer este trabalho já tinha boa parte do trabalho praticamente feito”.
Quase todas me marcaram, mas o trabalho em si marcou-me pela cor, o que a São faz é uma reprodução, mas acaba sendo uma original por causa da cor, dos desenhos, e todas são ricas em desenho de bordado”. As obras “Última Ceia” e “Aldeia” marcaram-me pelo trabalho feito já que as originais foram feitas em material puro, a madeira.
Espectadores
Alguns espectadores entrevistados pelo Mbenga congratularam a exposição de são paixão. Leonor Machado afirmou que a arte feita por paixão é muito criativa, pois a expositora interpreta obras de uma forma particular. “Ela baseia-se na obra do autor, consegue interpretar obras sem tirar o mérito da original, mas consegue trocar o que se está por dentro da original e dar outra forma”.
Leonor elogiou o trabalho de Paixão por conseguir fazer arte sem pincel. Suas obras preferidas foram “Livre da Minas e Enamorados”.
 
 

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