Sexta-feira Jazz

Cabral em concerto no Ntsindya

O guitarrista João Cabral ofereceu, na última sexta-feira de Abril, no Centro Cultural Municipal Ntsindya, uma viagem pelas sonoridades jazz, afro, fusion e marrabenta. Com sua guitarra ao colo, Cabral e sua banda foram os pilotos de uma caravana que levou os presentes a uma viagem única.

 

Foto:João Cabral (Arquivo pessoal)

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Antes do início do espectáculo, João Cabral concentrava-se. Enquanto outros músicos faziam check-sound, ele arranhava as cordas de sua guitarra sem tirar som algum.
O frio que se fazia sentir na noite de sexta-feira, não atrapalhava em nada a atenção do público presente. Dividido em oito mesas, ele (público) reuniu-se para celebrar a música. “O jazz tem uma particularidade, junta amigos ”.  Declarou o responsável pela área cultural do Ntsindya, Rodrigo Sala.
O projecto Sexta-feira Jazz faz parte do programa municipal e já tem dois anos e meio. Sala conta que “a iniciativa traz nas últimas sextas-feiras de cada mês um “Jazzista” para preencher o palco”.
O calor do Espectáculo
Cabral de olhos fechados manipulava a sua guitarra. Com os seus pés controlava o arsenal de pedais que davam outra sonoridade a guitarra.
As vezes estáticas no palco, só seus dedos é que se moviam. Dinâmico, nos momentos mais altos das músicas sua face se amarava e seus dedos ficavam mais velozes. Nas pausas ajoelhava com sua guitarra para acertar o som.
No palco era confeccionado, produzido, sons jazz misturados com sonâncias latinas e nacionais. No meio concerto Cabral pausou e apresentou sua banda.
Banda de Cabral
Formada maioritariamente por jovens, a banda de Cabral é constituída pelo baterista, Almeida Ngoca, ex membro da extinta K10, o viola baixo, Mindo Salato, o mais velho da banda. O saxofonista Sarmento e a vocalista, Onésia, a mais nova da banda, são os restantes membros.
Estes dois últimos têm uma particularidade. “Cabral para mim é uma escola. Para além de colega de trabalho é meu professor. Ele trata-nos como amigos, acima de tudo como filhos”, afirmou Onésia. Sarmento acrescentou que “ele foi meu professor e hoje é meu colega”.
“O talentoso saxofonista Sarmento”, como Cabral apelidou, soprava com convicção e arrancava aplausos da plateia. Onésia destacava-se com seu belo trabalho vocal a mistura com alguns passos de dança. O viola baixo e o baterista, calmos, acompanhavam o espectáculo com emoção.
Mistura de Jazz e marrabenta fechou o espectáculo
No Concerto tocou-se temas como all blues, ballad, joy of life entre outras. A última música, “Until we meet again” , foi tocada com uns ingredientes Marrabenta e tirou o público das cadeiras. “A Marrabenta é genuinamente nossa e faz vibrar o público”, explicou Mindo. Mesmo sem coreografia o público mostrou alguns passos de dança. O chão do Ntsindya vibrou e os músicos despediram-se.
Depois da Viagem
Ónesia afirma que “a iniciativa deve continuar, pois é uma alternativa para quem quer escutar outros ritmos”.
Mindo Salato afirma que foi surpreendido pela presença considerável de público. “Pensei que a sala estaria vazia por causa do festival que está a decorrer na cidade, mas não, percebi que há espaço para todos, amantes do jazz, zouk e outros estilos musicais”.
João Cabral explicou que o espectáculo é resultado de horas de ensaio. “Temos ensaios semanais. A  nossa banda é coesa”. Cabral afirma que “o espectáculo não superou as minhas expectativas, mas foi bom”.

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