O Auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano exibe hoje, a partir das 18h00, o filme ‘Maputo Nakuzandza: Um dia em Maputo’’, da brasileira Ariadine Zampaulo e da moçambicana Maria Clotilde Guirrugo.
Através da longa-metragem, é possível sentir os cheiros e sabores, mas também conhecer destinos e pessoas que partilham do mesmo espaço a que se chama Maputo.
O filme apresenta, como traços característicos da capital do país, as cores, os hábitos e costumes, bem como as musicalidades.
“Maputo Nakuzandza: Um dia em Maputo’’ mostra ao mundo, de forma escancarada, as diferentes realidades que coabitam a capital, na ideia de partilhar os vícios e qualidades que a cidade apresenta.
A longa-metragem é uma narrativa que se inicia ao nascer do sol, momento em que a maioria das pessoas se fazem à rua para mais uma jornada, e vai até ao fenecer do dia, onde a luz eléctrica continua a iluminar os caminhos dos munícipes, evidenciando que a vida não pára.
Por um lado, uns procuram o transporte para casa e outros seguem o sentido contrário, para as noites badaladas. Os personagens pouco contracenam, entre si, mas dão corda ao fio condutor da narrativa.
O foco do enredo é a cidade em si, e boa parte do que nela existe. Da Mafalala, Chamanculo, Xipaminene e noutros pontos periféricos, a película arrasta-se ao espaço urbano, enquanto vai deixando marcas indeléveis da experiência diária de quem, todos os dias, toma o transporte com destino à cidade. Visita, também, a Fortaleza de Maputo e a história nela contida, através da poesia e o diálogo de vozes que descrevem episódios pouco conhecidos da história, a tentar levantar o tapete que esconde os outros lados.
A partir do chapa, mas também da rua, de casa, do bar e outros ângulos, Maputo vai sendo mostrada em forma de filme, ao som de emissões radiofónicas de notícias insólitas, bem como de vozes a declamar poemas de autores nacionais.
O desporto, a religião, a arquitectura e a dança contemporânea também têm destaque.
Parte de experiências pessoais do quotidiano de pessoas anônimas para (re)constituir cenários da vida em Maputo. Um deles é a Mafalala, bairro histórico que contém fragmentos do passado de Maputo e do país, em geral.