Arranca hoje, 16 de Abril, a segunda fase da Mostra do Filme Documentário ECOS e sessões de debate a nível nacional. A nova etapa decorre até 16 de Maio, com foco nas províncias do norte do país: Nampula, Niassa e Cabo Delgado.
A sessão inaugural teve lugar esta manhã no Estabelecimento Penitenciário Regional de Nampula, com exibição do documentário seguida de uma conversa com os reclusos. A escolha do local reflecte o compromisso do projecto com a inclusão de diferentes sectores da sociedade na reflexão sobre a violência baseada no género e os direitos das mulheres e raparigas em Moçambique.
Durante este ciclo, estão previstas 15 sessões em locais como a Ilha de Moçambique, Nacala Porto e outros pontos urbanos e rurais, abrangendo três segmentos de público:
Sessões institucionais: dirigidas a entidades públicas, ONGs, empresas e associações;
Sessões académicas: em escolas secundárias, institutos técnicos e universidades;
Sessões comunitárias: em bairros, vilas e distritos.
“ECOS é um projecto que vai além da tela. É um exercício de escuta colectiva e de construção de consciência social. Usamos o cinema como ferramenta de transformação”, afirmou a realizadora do filme.
Produzido por uma equipa moçambicana , ECOS propõe-se a gerar empatia, provocar debate e mobilizar comunidades em torno da igualdade de género. Desde o seu lançamento, o documentário tem circulado em diferentes fóruns nacionais, levando a reflexão a públicos muitas vezes esquecidos nas grandes narrativas mediáticas.
“Quando levamos estas histórias às prisões, às escolas, às comunidades mais afastadas, estamos a plantar sementes de transformação. O cinema é uma linguagem que toca o que muitas vezes a política ou a academia não alcançam.”, disse a realizadora Gigliola Zacara numa recente entrevista ao Cinema em Foco, da RDP África.
Segue abaixo a conversa completa com a realizadora, onde fala sobre os bastidores do projecto, os impactos esperados e a urgência do debate.