Gala Gala dá último passo no sábado

“Xigogogowana Sessions”, espectáculo que assinala o encerramento da quarta edição do Festival Gala Gala, foi reagendado para sábado (23), devido ao mau tempo que se fez sentir no domingo passado (17), esclarece o Museu Mafalala, numa breve nota publicada nas redes sociais.

O concerto – que é mais uma proposta do Museu Mafalala para o Festival Gala Gala, depois da exposição “Mafalala dos Metais (In)Visíveis”, aberta até 15 de Outubro – vai juntar os músicos Acácio e Eugénio Matuva numa sessão de Marrabenta desenhada para interpretar o repertório do cancioneiro do bairro.

Ivan Laranjeira, director do Museu Mafalala, esclareceu que o “Xigogogowana Sessions” quer celebrar a memória e o património cultural e colectivo da Mafalala, por extensão da Cidade de Maputo.

“Vamos trazer dois exímios tocadores da Mafalala para procurar trazer as músicas que são retratam as características da Mafalala, com nomes como Fany Mpfumo no repertório”, promete Laranjeira, a acrescentar que os artistas também vão mostrar suas criações originais, alguns números inéditos.

Na performance, os músicos Acácio e Eugénio Matuva (guitarra e voz) serão acompanhados por Agostinho e Belarmino, no baixo e percussão, respectivamente.

A par da performance destes dois músicos, continua Ivan Laranjeira, haverá uma sessão de Disc Jockey (DJ), mas com uma particularidade, “serão Dj’s que tocam vinis e vão tocar os gira-discos”.

Sob ponto de vista curadorial, este momento paralelo pretende trazer de volta o sentimento da Marrabenta do Gato Preto, dos Comoreanos e nomes como Daíco e todos os outros. “Falo do Rui Soeiro (Dub Rui) e do Moz Vinyl”, disse a indicar quem estará a cargo desta actividade.

A ideia é reviver o passado da marrabenta – ritmo popular cujas raízes estão ligadas à Mafalala – através das sonoridades e simbolismos, mas também pelos instrumentos que lhe foram característicos durante os primeiros anos após o seu surgimento.

Através do Xigogogowana, termo Bantu que designa as primeiras guitarras usadas para tocar a marrabenta, pretende-se revisitar os primórdios deste ritmo que faz parte do folclore moçambicano.

“Xigogogowana é a guitarra de quatro cordas, feita de lata de azeite. Portanto, trazemos este nome também como uma forma de reavivar a memória e o sentido sonoro da primeira marrabenta executada em Moçambique e, sobretudo, prestar homenagem aos seus tocadores que saíram de espaços como a Mafalala, Chamanculo, Xipamanine e os que migraram para a África do Sul e foram fazendo os seus ritmos lá”, explica.

A quarta edição do festival Gala Gala iniciou a 12 do mês em curso. É organizado pela Fundação Fernando Leite Couto, o Museu Mafalala, o Centro Cultural Franco-Moçambicano, a 16 Neto, o Centro Cultural Moçambicano-Alemão, a Associação Cultural Kulungwana, o Camões – Centro Cultural Português, a Embaixada da Espanha e o Instituto Guimarães Rosa.

A curadoria da programação do evento é fundamentada na promoção do trabalho dos artistas e apresentação de novos produtos culturais, resultado de residências artísticas realizadas ao longo do ano com o apoio do próprio festival.

As primeiras duas edições, decorridas em 2020 e 2021 foram online, em respeito as restrições impostas pela pandemia. Neste sentido, esta é a segunda presecial.

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