O Kugoma leva alunos de escolas ao cinema

Um popular ditado diz que é “A engatinhar se aprende a andar” e assim foi, ontem, no Auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano silencioso, com alunos vestidos de preto e branco atentos para, na maioria deles, assistirem, pela primeira, a uma projeção de filme na tela grande.

Foi o Fórum de Cinema de Moçambique, Kugoma, que, na sua décima quarta edição, levou, no seu penúltimo dia, crianças das escolas Francisco Manyanga e São Vicente de Paulo da Malhangalene, para uma amostra de filmes africanos.

Com o intuito de criar, nos petizes, o gosto pelo cinema, o Kugoma deste ano seleccionou quatro curtas-metragens das competições “African Perspectives” de 2022-2023 de Clermont Ferrand Shirt Film Festival, na Fraça.

Estes filmes, cuja selecção e distribuição em colaboração com o Yennenga Center (Dakar) e “Promessas Africanos II”, foram exibidos numa dúzia de países do continente e na rede Senegal de cine-clubes.

Das dezenas de crianças que hoje assistiram quatro curtas-metragens, um grande número delas nunca havia ido ao cinema. O exemplo é da Júlia, de 13 anos que, em seu uniforme azul e branco e rosto maravilhado disse que “sempre quis assitir filmes, foi uma oportunidade boa que a escola ofereceu para nós.”

Foi a sua primeira experiência sentada em uma cadeira para assistir a um filme.

Quanto às lições aprendidas, no filme “Nos tempos imemorias”, de Armatei Armar, que conta a história de filhos de um Pescador, Sowah e Okai, lutam para lidar com a perda do irmão mais velho que se afogou durante uma expedição de pesca.

Assombrado por sua morte, Okai acredita que o irmão ainda está por aí, a pequena Júlia disse que aprendeu a querer amar mais os irmãos e levará a lição para todo o sempre. “Nós devemos ser importantes para os nosso irmãos. Não devemos discutir toda hora”, disse ela.

Astel, de Ramata Tiulaye Em Fouta-Toro, foi a outra curta-metragem, girando numa região remota no norte do Senegal. Astel, de 13 anos, acompanha o pai ao mato todos os dias. Juntos cuidam do rebanho de gado. Um dia, em encontro entre a menina e um pastor, interrompe sua ida pacífica.

Nesta curta, o aluno Michael Manhiça disse que, aprendeu a grande lição que é de saber sempre quationar a qualquer eventualidade que lhe ocorrer: “A criança viu algo, foi dizer o pai e o pai deu um tapa. A atitude dele foi errado, o pai tinha que perguntar o que a menina viu.”

A outra curta-metragem exibida foi “Microbus”, de Maggie Kamal, com oito minutos e trinta e um segundos. O enredo, virado ao Cairo, no Egipto, onde Noyr, de 18 anos, recebe uma ligação do irmão informando que não poderá ir buscá-la.

Para evitar chegar atrasado ao trabalho, Nour tem que pegar um microbus, sem saber que a viagem a deixará mudada para sempre.

“Meus pais virão ver-me?”, de Mo Harawa, é uma curta-metragem própria par reflectir sobre o sistema prisional e a pena de morte. O enredo gira em torno do último dia de Farah, jovem condenanado a morte.

Escoltado por uma agente da polícia experiente, e apesar de passarem pelos trâmites da justiça com a maior tranquilidade, pode-se ler a emoção em seus rostos.

Para a responsável da Escola São Vicente de Paulo da Malhangalene, a irmã Marília Eduardo disse que, com os filmes assistidos, a escola tudo fará para ensinar às crianças o que foi exibido.

“Cada menino ficou satisfeito crédito que cada um colheu alguma coisa, aprendeu alguma coisa daquilo que viram através do filme”, disse ela.

Os quatro filmes foram exibidos no Centro Cultural Franco-Mocambicano, deram a oportunidade a muitas crianças a terem proximidade com o cinema.

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