Ivan Mazuze de volta a casa

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Ivan Mazuze, um dos nomes moçambicanos mais relevantes da cena jazzística actual, radicado na Noruega, volta ao país para concerto amanhã no Centro Cultural Franco-Moçambicano, as 20.00 horas.

Depois de o termos visto pela última vez no mesmo palco em 2018, regressa acompanhado por Deodato Siquir na percursão, outro músico nacional a residir, igualmente na Escandinávia e que no dia 15 vai se apresentar no Museu Mafalala, Stélio Mondlane, Tony Paco, Hélder Gonzaga (moçambicanos), Jai Shankar (Índia/Noruega) e Mark Fransman (África do Sul).

Espera-se por um repertório que mescla temas dos álbuns  “Maganda” (2009), Ndzuti (2012), Ubuntu (2015) – sobre o qual escrevemos e pode ler aqui – e Moya (2018), apresentados com os elementos novos que, de certeza agregou nos últimos anos.

“Este será um concerto com uma essência rítmica percussiva e melódica, incorporando elementos da música clássica indiana, criando uma fusão única com os ritmos percussivos de Moçambique com uma base harmónica solidificada”, promete Ivan Mazuze.

Sabe-se que Mazuze está em permanente busca da melhor versão de si enquanto executor de música, procurando surpreender a audiência com o improviso mais requintado que puder oferecer.

Nos corredores dos bastidores, ouve-se seus colegas que o tem acompanhado nas apresentações em Maputo a comentar sobre o seu elevado nível de disciplina e respeito a pauta, o que resulta numa música de harmonia quase perfeita.

Já a ensaiar com a sua banda na Sala Grande do Centro Cultural Franco Moçambicano, que o acolherá amanhã o músico tinha sido notícia há poucos meses por se ter tornado Conselheiro Nacional do Fórum de Jazz Norueguês, uma organização de cariz artístico-cultural, que reúne a comunidade de jazz da Noruega e que trabalha na promoção do género musical e nas acções inerentes.

Este concerto, segundo a nota de imprensa, é da iniciativa da Imazuze Music em colaboração com o CCFM, faz parte de uma digressão musical que o artista moçambicano está a fazer, este ano, em diversos países.

A mesma que tem na lista destinos como Itália, Noruega, Dinamarca, Brasil e Letónia, já pousou festivais do quilate do Mixite Festival, Saulkrasti Jazz Festival, Amapa Jazz Festival, Trondheim Transform Festival, Nasjonal Jazzscene, Cosmopolite Scene, USF Verftet e Drammen Kulturnatt.

Por onde tem passado, Ivan Mazuze tem actuado, além de levar consigo a música que produz a partir de Noruega, onde vive há anos, o artista tem a iniciativa de colaborar em concerto com variados músicos locais, promovendo, dessa maneira, um forte intercâmbio artístico-cultural entre criadores de proveniências diferentes.

Assim, sem deixar de fora a Ivan Mazuze Group, para o concerto de sexta-feira, no Franco-Moçambicano, Ivan Mazuze convidou alguns artistas com os quais tem um relacionamento artístico de longa data.

Tal relação profissional, promete a produção, vai permitir aos espectadores de Maputo ouvir os temas propostos ao concerto com sugestivos arranjos musicais.

O concerto de Ivan Mazuze na Sala Grande do Franco-Moçambicano acontece numa altura em que o músico encontra-se a finalizar um trabalho comissionado para a Oslo Global Music, na Noruega, o qual será apresentado neste segundo semestre. O trabalho em causa, com efeito, vai resultar no lançamento do seu próximo álbum discográfico.

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É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

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