Azagaia deixou-nos. O momento é de dor e consternação. A notícia da morte do artista rapidamente correu o mundo e colheu a todos de surpresa.
Paulina Chiziane – escritora, cantora e amiga de Azagaia – recorda o rapper como um homem de muitos predicados.
“Ainda não acredito que este vazio é real. É uma dor que ainda não consegui partilhar. Ele era o meu menino. Fiquei sem ele nos meus braços”, desabafou a escritora numa breve entrevista à Mbenga.
Activista social e cidadão de causas coletivas, Azagaia colaborou na produção do primeiro CD de Paulina Chiziane, “O Canto dos Escravos”. Juntos, os artistas ainda dinamizaram outros projectos e desenvolveram uma relação além do âmbito profissional.
“Ele era um professor, amigo, companheiro…corrigida, quando necessário. Pontual, acima de tudo. Não me lembro de vê-lo atrasado a um ensaio”, recorda a escritora.
Azagaia e Paulina são dois artistas e ferrenhos defensores dos direitos humanos e da emancipação, bem como a valorização, do homem negro e da África face às feridas deixadas pelo colonialismo. Por esta e outras razões, a ligação entre os artistas era, para Paulina, harmoniosa, marcante e frutífera.
“Azagaia é um génio. Guardo todas as melhores memórias com ele”, afirma Paulina Chiziane.
Edson da Luz, de nome artístico Azagaia, perdeu a vida em casa, na noite do passado dia 09 de Março corrente. Autor de Babalaze (2007) e Cubaliwa (2017), Azagaia começou a cantar aos 13 anos, ao lado MC Escudo, no conjunto denominado Dinastia Bantu. Lançou várias músicas, muitas delas reconhecidas como hinos das causas populares.