Governo trabalha para a preservação do legado de Azagaia

De acordo com a Ministra da Cultura e Turismo, Edelvina Materula, o Governo, através do ministério e órgãos de tutela, “está a trabalhar para a preservação do legado de Azagaia”.

Edelvina Materula, que falava ontem (10/03), a margem da estreia de Msaho, ópera da escritora Paulina Chiziane, avançou que é intenção do Governo “tudo fazer para que este momento seja o menos difícil possível”.

“Estamos profundamente consternados com a perda. Queremo-nos associar a todos, de norte a sul de Moçambique e além fronteiras, para prestar a nossa solidariedade à família de Azagaia”, declarou Materula, a acrescentar que “o Governo está junto à família, a consolar e a confortar”, neste momento de profunda dor e vazio.

A Ministra da Cultura e Turismo descreve Azagaia como símbolo da afirmação do ativismo social.

“Muito contribuiu para a afirmação da cultura da intervenção social. É uma referência para muitos e, sem dúvida, a afirmação do ativismo social”.

Recorde-se que Azagaia era crítico ao Sistema, lançou, a 10 de Novembro de 2007, o seu primeiro álbum a solo, “Babalaze”, contendo 15 faixas. A obra de crítica social, considerada polémica, através da qual Azagaia revelou-se como um jovem inconformado com as injustiças sociais no país e com outros problemas que afligem o povo moçambicano.

A polémica de “Babalaze” surgiu depois que foi publicada a música “As mentiras da Verdade”, para a divulgação do álbum, trazendo uma crítica social que há muito não se ouvia. O rapper foi motivo de debates em diferentes grupos sociais, alimentando blogs e conversas de café.

A 5 de Fevereiro de 2008, deu-se uma greve na capital moçambicana, e Azagaia recebeu uma intimação. O rapper teve que se apresentar à Procuradoria-Geral da República, por causa da música “Povo no poder”, som que o artista lançou falando sobre a greve. Mas, não chegou a ser acusado e o cantor deu continuidade ao seu trabalho, sem alterar o teor das suas letras.

Em 2009, foi candidato a deputado para a Assembleia da República pelo MDM, o segundo maior partido da oposição. Contudo, aquela formação política não chegou a concorrer pelo círculo eleitoral da província de Maputo, na qual ele estava afecto. Após diversas afirmações na praça pública, o rapper esclareceu que não fazia parte do partido, que era apenas um candidato para AR. Azagaia referiu que apoiou como alguém da sociedade civil.

Em 2013, lançou o seu segundo álbum intitulado “Cubaliwa” (significa “renascimento” em Sena, língua bantu, falada no centro e norte de Moçambique).

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