Morre, aos 38 anos, ícone da música de intervenção social Azagaia


Calou-se no inicio da noite de hoje (9 de Março) o ícone da música de intervenção social Azagaia. Fontes próximas confirmaram a sua morte, sem avançar as circunstâncias e as causas da fatalidade.
Segundo o Canalmoz, o músico perdeu a vida em casa em circunstâncias ainda por esclarecer. O órgão acrescenta que existiram tentativas de reanimar o astro, mas a morte tinha mais argumentos.

Nas redes sociais a notícia da morte já se propagou.

Recorde-se que a última aparição pública de Azagaia foi no último final de semana na Beira, no Lá Fusion.

Edson da Luz, conhecido no meio musical pelo nome Azagaia, é filho de pai cabo-verdiano e mãe moçambicana. Nasceu na vila fronteiriça da Namaacha, província de Maputo, a 6 de Maio de 1984.
Entre os 13 e 14 anos de idade, entrou para o mundo da música pela via da “Dinastia Bantu”, um grupo de Hip-Hop, onde também fazia parte o MC Escudo, com o qual gravaram o álbum “Siavuma”. Contudo, o seu colega começou a trabalhar para um banco comercial e o projecto foi colocado em stand by.
a 10 de Novembro de 2007, o seu primeiro álbum a solo, “Babalaze”, contendo 15 faixas. A obra discográfica contou com a participação do rapper português, Valete.


A polémica de “Babalaze” surgiu depois que foi publicada a música “As mentiras da Verdade”, para a divulgação do álbum, trazendo uma crítica social que há muito não se ouvia. O rapper foi motivo de debates em diferentes grupos sociais, alimentando blogs e conversas de café.
A 5 de Fevereiro de 2008, deu-se uma greve na capital moçambicana, e Azagaia recebeu uma intimação. O rapper teve que se apresentar à Procuradoria-Geral da República, por causa da música “Povo no poder”, som que o artista lançou falando sobre a greve. Mas, não chegou a ser acusado e o cantor deu continuidade ao seu trabalho, sem alterar o teor das suas letras.
Em 2009, foi candidato a deputado para a Assembleia da República pelo MDM, o segundo maior partido da oposição. Contudo, aquela formação política não chegou a concorrer pelo círculo eleitoral da província de Maputo, na qual ele estava afecto. Após diversas afirmações na praça pública, o rapper esclareceu que não fazia parte do partido, que era apenas um candidato para AR. Azagaia referiu que apoiou como alguém da sociedade civil.
Em 2013, lançou o seu segundo álbum intitulado “Cubaliwa” (significa “renascimento” em Sena, língua bantu, falada no centro e norte de Moçambique).
Para além de rapper, Azagaia é redactor publicitário e actor, tendo já participado em três curtas-metragens: o filme “Mahala”, onde contracenou com Mário Mabjaia; “Traídos pela Traição”, onde fez o papel com a actriz Gigliola Zakara; e “Venenos do Amor”.

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