“Balada dos Deuses” no palco do Franco

Casamento entre dança, música e a fotografia é a proposta da performance “Balada dos Deuses”, da bailarina Katia Manjate e do fotógrafo Amilton Neves,  a ser apresentada amanhã, 17 de Fevereiro, às 19h00, na sala grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano.

O público terá a oportunidade de acompanhar a coreografia de Kátia Manjate, que acresce a pesquisa antropológica e trabalho fotográfico de Amilton Neves. A performance busca convidar a sociedade a uma reflexão sobre religiosidade, com a espiritualidade no centro.

Para além de conduzir a plateia a uma viagem no tempo antes de África ter contacto com outros povos e a influência cultural externa, Balada dos deuses busca estimular a reflexão à volta dos momentos posteriores a essas influências externas ao berço da humanidade. Este é um trabalho conjunto que junta fotografia, dança e música.” lê-se na nota de imprensa sobre o evento.

Kátia e Amilton são reconhecidos como pertencentes a uma nova geração de artistas contemporâneos africanos. A sua obra ultrapassa o estereótipo sobre o corpo africano. “Balada dos Deus” é um trabalho baseado em uma pesquisa que rompe as fronteiras, não se baseado no colonialismo de saberes que separam arte e cultura, arte e tradição. O trabalho da bailarina e do fotógrafo abre possibilidades de pensar as dramaturgias corporais presentes nos rituais africanos como construção da relação entre corpo e ancestralidade.

Com percursos distintos, Kátia Manjate começa sua carreira ainda no ensino primário, quando ainda frequentava a Escola Primária 16 de Junho. Na busca do que fazer depois das aulas, ela ingressou na Casa da Cultura do Alto-Maé , onde deu os primeiros passos na dança. 

Depois de, em 1994, iniciar a formação em Danças Tradicionais Moçambicanas, prosseguiu, em 2003, mas com um outro rumo, a Dança Contemporânea, entre Moçambique e Portugal. Sua profissionalização passou por experiências com profissionais da área da África do sul, Congo, Senegal e outros. Suas raízes são locais. Dois espectáculos de dança consolidaram a sua carreira enquanto criadora. “Casa” (2013) e “Sexo (Con)sentido (2019), caracterizados pelo uso do corpo para a representação da mensagem.

Por seu lado, Amilton Neves participou em cursos de formação na Sooke Photography School no Canadá e Nuku Studio no Gana e foi destacado em várias exposições no Centro Cultural Moçambicano-Franco. Seu trabalho foi exibido em Moçambique, Gana, Portugal, Brasil, Etiópia e Canadá. Além de perseguir seus projetos independentes, Cuna também trabalha como fotógrafo freelancer de documentários em toda a África.

Fotógrafo profissional, nascido em Maputo, no seu trabalho Amilton examina questões sociais contemporâneas usando técnicas de narrativa e documentário. Seus projectos passados e actuais concentram-se em abordar as percepções de indivíduos que se encontram à margem da sociedade por meio de narrativas de fortalecimento, preservando aspectos frequentemente esquecidos de nossa história moderna.

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