A digressão tem como ponto de partida a Cidade de Pemba, Cabo Delgado, onde o músico vai cantar pela paz e pela unidade, com o objectivo de devolver a esperança às vítimas do terrorismo.
Beira, Tete, Quelimane e Maputo são os outros destinos de Stewart Sukuma neste contexto. Em palco, o músico vai cantar com músicos locais e, também, interpretar seus hits.
O programa também inclui destinos internacionais, como Dakar, capital do Senegal, onde o músico foi nomeado para participar do All Africa Music Awards (AFRIMA), uma das premiações mais prestigiadas da música africana.
Para além de espectáculos, as festividades incluem actividades de responsabilidade social e a apresentação do livro “O Alfaiate e a Arte de Costurar o Amor”, que marca a estreia de Stewart Sukuma nas lides da literatura.
A obra – que foi lançada este ano, em Portugal – será apresentada no Camões – Centro Cultural Português, em Maputo, a 19 de Novembro corrente, e em Quelimane, a 17 de Dezembro, ainda este ano.
Para Stewart Sukuma, começar este períplo por Cabo Delgado funda-se no propósito de, através da música, colher sensibilidades e chamar a atenção para a necessidade de apoiar as vítimas da violência e crise humanitária que abraçaram a província.
“Cabo Delgado precisa do nosso apoio, neste momento. Queremos prestar uma homenagem a este grupo de pessoas que conseguiu sobreviver esta catástrofe do terrorismo”, avançou o músico, durante uma conferência de imprensa, ocorrida na X-HUB – Incubadora de Negócios Criativos, em antevisão das comemorações dos 40 anos de carreira.
Na ocasião, o músico sustentou que, para o show de Pemba, está marcada uma visita aos deslocados que se encontram na capital (Pemba) e arredores, para trabalhos de doacção de diversos artigos em apoio aos que perderam familiares e diversos bens, por conta dos ataques terroristas.
“É a nossa forma de estar e de prestar homenagem a eles. Vamos disponibilizar bilhetes e temos, já, um contacto com os nossos parceiros para uma campanha de doacção”, afirma, a acrescentar que a ideia é, também, tornar as comemorações num momento de festa, através de um movimento aglutinador que procura levar a música a diversos públicos e culturas espalhados pelo país.
“Quisemos privelegiar as províncias, no âmbito das comemorações, porque as coisas, todas, acontecem em Maputo. Queremos começar esta digressão fora de Maputo. E ainda bem que é Pemba”, declarou.
Nasceu em Cuamba, província do Niassa, mas cresceu em Quelimane, capital da Zambézia. Rumou à Maputo ainda na infância, onde aprendeu a tocar, antes de começar a cantar em 1982.
Na capital, Luís Pereira ou, simplesmente, Stewart Sukuma, caminhou com mais ímpeto. Um ano depois, gravou o seu primeiro disco, sob chancela da Rádio Moçambique e conquistou o pódio do Ngoma, a maior parada de música ligeira em Moçambique, na categoria de Melhor Intérprete Nacional.
Conta, ainda, com os disos “Independência”, “Afrikiti (que é fruto da sua estadia na África do Sul) e “Nkuvu”.
Stewart Sukuma sempre foi um artista de causas sociais e tem na mistura entre os sons e ritmos africanos aos brasileiros e o estilo pop a sua marca.