Tudo passa, tudo se transforma: “(Des)construções & Sombras”

Tudo passa, tudo se transforma e a vida se mantém como a mediana entre o nascimento e a morte. É a linha que separa duas extremidades do mesmo seguimento, completamente distintas, porém completamentares.
É também um espaço onde ocorrem sucessivas mudanças ao longo do tempo. Aliás, é a mudança o único processo permanente no universo.
Diante do ciclo de modificações observadas ao longo da existência de diversos locais físicos espalhados ao longo das periferias de Maputo, e outros locais, os fotógrafos Ildefonso Colaço e Silasse Salomone conceberam a “(Des)construções & Sombras”.
A exposição, a inaugurar amanhã (24), às 17 horas, na Galeria da Associação Kulungwana, em Maputo, é um olhar sobre o processo de metamorfose. Uma reflexão em torno da maneira como pequenas alterações nos lugares e pessoas ganham vida e passam a ser traços identitários.
Para esta proposta, Ildefonso Colaço traz uma abordagem de transformações arquitectónicas, centrada nos buracos nas paredes e murros de diversos pontos da cidade de Maputo, para demonstrar como o processo de “(Des) construção” ocorre por vezes, pela força do homem, mas também pelo próprio tempo.
Por sua vez, Silasse Salomone traz a esta exposição um conjunto de registos que tem como foco a luz e os efeitos que a mesma produz.
Sobre este trabalho, escreve António Sopa na nota de apresentação, que “se as suas imagens partem da figura humana, o resultado são composições quase abstractas elaboradas pelos contrastes de luz e sombra”.
Através de suas lentes, sob curadoria de João Costa (Funcho), Ildefonso Colaço e Silasse Salomone capturam marcas de mutações em andamento, como evidencia de que o que se vê hoje, não é mesmo de ontem, tampouco será o amanhã. Portanto, diante deste cenário, (re)nasce também a discussão sobre a identidade.
A mostra pode ser visitada presencialmente até ao dia 18 de Março de 2022.

Sobre os artistas
“(Des)construções e Sombras” não é a primeira colaboração entre os fotógrafos Ildefonso Colaço e Silasse Salomone. Juntos, participaram numa exposição no Japão, ano passado, por ocasião do festival internacional de fotografia Kyotographie.
Ildefonso Colaço é fotógrafo dedicado a documentar lugares e paisagens. Fez parte várias individuais e coletivas, no país e no estrangeiro.
Everything is something else (Tudo é outra coisa) é a sua primeira exposição individual. Esteve alojada no Feel Asuka Hotel, na cidade de Tokyo no Japão, em 2020.
No mesmo ano, expôs e co-produziu a Maputopias, no Hotel Carlton em Maputo. No mesmo hotel, juntamente com o artista plástico, Amarildo Rungo, teve a ideia de criar a instalação “Corpo(R)Ação”, projecto que se materializou em 2021.
Inicialmente, esteve instalada na galeria da Associação Cultural Muend’Art, no Bairro da Mafalala em Maputo, mas depois seguiu para o CCMA, nos finais do mesmo ano.
Por seu turno, Silasse Salomone é um fotógrafo freelancer, participante do grupo de fotógrafos moçambicanos VêSó Moz.
Fez parte de várias exposições colectivas como: PONTE QUE LIGA VIDAS promovida pelo CCMA/2018; 35AWARDS PHOTO CONTEXT/2018; VÊSÓ ZONAS CRUZADAS/2019; democraSEE MAPUTO/2020; CATCHUPA FACTORY/2021; KYOTOGRAPHIE 2021.

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