A vez da dança

Através da dança, é possível transformar o mundo. Com movimentos corporais, bailarinos e companhias nacionais, bem como estrangeiras, compartilham, no palco do KINANI, as suas visões, sonhos e experiências durante o período de isolamento.

Os artistas sobem ao palco da nona edição da Plataforma Internacional de Dança Contemporânea, depois de um ano de incertezas, com o propósito de questionar, mostrar e criticar as nuances que têm envolvido o mundo nos últimos.

O KINANI regressa este ano com uma agenda que inclui, além de performances ao vivo, a exibição de vídeo-danças em diferentes palcos com a presença do público.

Seguindo o objectivo primário de conectar almas e celebrar as artes através da dança, o KINANI segue um programa repleto de actividades distribuídas entre o Museu das Pescas, o CCFM, Teatro Avenida, 4⁰ Andar, Teatro Scala, Jardim Tinduro e Bairro das Mahotas.

A dança como uma ferramenta de crítica social

De casa cheia e público apreensivo, as cortinas do Teatro Avenida se abriram, no início da noite de ontem (25), para a estreia da performance “Itinerários”, apresentada pelos bailarinos Mai-Júli Machado, Osvaldo Passirivo e Yuck Miranda.

Em palco, os artistas traziam a versão amuderecida do fruto da residência artística, em Lisboa, que teve a duração de duas semanas.

Com a elasticidade dos seus corpos, Mai-Júli e Osvaldo Passirivo cruzaram fronteiras, fizeram questionamentos e provocações às diferentes perspectivas sociais, em forma de coreografia. É um trabalho que se excusa de incitar revoluções. Antes de tudo, quer trazer a nu as sensibilidades e lacunas compartilhadas.

Constituem temas centraid da performance “Itinerários”, as disputas e ganância dos titulares do poder, o silêncio face às injustiças sociais, o combate ao racismo e violência nas suas mais variadas formas, entre outros.

“Itinerários” é um projecto criado na ideia de promover a internacionalização da dança entre Moçambique, Portugal e outros países europeus.

Acompanhados pelo coreógrafo moçambicano Horácio Macuácua, em Maputo, e David Marques, em Lisboa, os bailarinos Mai-Júli Machado, Osvaldo Passirivo e Yuck Miranda criaram um trabalho que cruza diferentes realidades.

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