Festival Poetas D’Alma celebra o poder da oralidade no Museu Mafalala

O Festival de Poesia e Artes Performativas – Poetas D’Alma entra este ano na sua terceira edição e o Museu Mafalala é o seu principal palco de acção. A acontecer de 18 a 21 de Novembro, o evento que arrasta artistas de quatro cantos do mundo mantém o formato híbrido – presencial e virtual – com manifestações artísticas predominantemente performativas.
Sem ignorar outros locais, como tem sido apanágio desde a primeira edição, o Festival Poetas D’Alma deste ano aposta numa curadoria mais virada à comunidade, acreditando que os espaços alternativos estão mais próximos das pessoas e, por isso, facilitam a comunicação através da oralidade.
Aliás, realizar o festival no Museu Mafalala é, acima de tudo, revisitar o maior espaço onde a oralidade tem deveras importância e, ao mesmo tempo, é aproximar-se do “berço” da poesia moçambicana, onde se destacam os irmãos Albazine, José Craveirinha e Noémia de Sousa. É mais do que um local, pois simboliza toda a cidade de Maputo, e não poderia existir melhor homenagem à “cidade das acácias”, tendo em conta que o festival se realiza no mês em que a capital é tomada por vários eventos para celebrar o seu aniversário, concretamente a 10 de Novembro.
Para além do Museu Mafalala, o festival têm actividades no Centro Cultural Brasil-Mocambique; no recém inaugurado parque infantil comunitário, Ka Samorane, no espaço do futuro edifício do Centro Cultural uMunthu e que serão marcadas por espectáculos, exibição de filmes, conversas, oficinas de escrita, exposição de pintura, entre outras.
Tendo como lema O Poder da Oralidade, o festival pretende celebrar, de acordo com o filósofo e crítico literário Dionísio Bahule, a capacidade móvel e flexível que a oralidade se alimenta, pois, como justifica, a oralidade “configura o edifício da riqueza acústica do homem por ter no ouvido e na voz seus lugares de recepção”.
Bahule, numa nota de contextualização sobre o tema, refere ainda que “a formulação do conjunto como essência humana nasce aqui; o Ubuntu; a relação criadora e existencial; o acto próprio da palavra como reduto da transmissão do segredo dos homens todos no recurso a uma densidade teatral conferida por um policódigo de que a escrita na acede”.
São cerca de 10 artistas internacionais que confirmam presença física em Maputo, de vários paises dentre África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, eSwatini, Holanda, Ilhas Reunião, Inglaterra, Itália, Japão, Jugoslávia, Portugal, Polônia, Suécia, Suíça, Zâmbia, Moçambique, entre outros.

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