Poemas de Ema Ndzadi

Textos de Ema Ndzadi

hoje

o pio pio
o vento manto

da feição sintética
à chuva terceira
acorda pedras
na opressão do corpo norte

cantar fuku yo mwini
o barro do sal adulto
o verde, o cal, o rio

– mbanza a nza
os mistérios trazidos no colo
batuques “ voandantes´´ palavras voadoras
no corpo meDITADO a lâmpada imaterial

hoje o assobios do velho
na hora de falar às mãos
nesta língua coisas circuncisas virão
e permanecer nos tambores que descem do céu

IIIº CORO ( MBANZA A NZA )

ainda que carreguemos
nossas palavras nos braços
cantaremos na única fogueira

depois de nascer
o destino

hoje é tão maior
a escuridão

e maior é
ao homem sem luz

SIMÉTRICAS DE ELUMINAR UNIVERSO

Pintura de João Timane
Pintura de João Timane

na pele
da noite
senta-se brando
o céu assinando
nossas esperanças

faz estrelas
de sal
para montar
memorias negras

faz memorias
de barro nos olhos do sacrifício
para sentar o breu
dos fósforos metafísicos

outros caminhos metamórficos
outros corpos vêm e vão
juntos com os ventos

na pele da escuridão concluída
as taças de coisas incertas vêm e vão
juntos com as ondas

MEMORIAS TECIDAS NO TEMPO

***

Ema Nzadi, pseudónimo de Emanuel Vieira Cambulo. Natural da província do Zaire/Angola. Escritor; membro do Movimento Litteragris, actual vice-coordenador do Movimento. Pesquisador de Teoria da Literatura e Literatura de Expressão Portuguesa.

Uma obra publicada:

  • Pintura dos Ecos, vencedor do Prémio Literário António Jacinto 2019;
  • Publicação em varias antologias, colectâneas nacionais e internacionais, revistas, jornais e blogues.

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