Debater a circulação de arte e artistas africanos

A transitabilidade de obras de arte e de artistas africanos no continente é uma preocupação crescente no sector, e é justamente este o mote para a sessão de conversa “Criando espaço para a divulgação das artes visuais no continente africano”, a decorrer no Zoom (siga o link:https://zoom.us/j/91977011980?pwd=SU9zWmdNYjFHNzAwWUxHT1I0TzhmZz09).

Integrado na programação do Centro Cultural Franco Moçambicano, em Maputo, este “papo” desenrola entre o fotógrafo Mauro Pinto e Gonçalo Mabunda, ambos moçambicanos e os artistas visuais congoleses Vitshois Bondo Mwalambwe, Fransia Tenda, Grace Kamila.

Os intervenientes deste debate são presenças regulares em galerias importantes nas cidades ocidentais, espaços privilegiados de exposição, de visibilisação. É comum entre artistas africanos deste gabarito, cruzarem-se mais vezes em Londres, Veneza ou Lisboa, que em Maputo ou Kinshassa.

Colocar esta conversa na esfera pública, ao acesso de mais pessoas, é uma forma de ampliar a discussão ao ponto de tornar-se incontornável das agendas geopolítico-culturais do continente africano.

O artista visual Vitshois Mwilambwe Bondo criou em 2011 a Kin Art Studio, uma organização artística independente e sem fins lucrativos sediada em Kinshasa que promove criatividade nas artes visuais e outras formas de expressão contemporânea.

Instalado num antigo espaço industrial ao largo de uma das principais artérias de Kinshasa, a plataforma dedica-se ao desenvolvimento da prática artística profissional. A outrora sede da fábrica têxtil foi transformado para receber vários artistas estúdios, escritórios, espaços para projetos, biblioteca, oficinas técnicas e um restaurante-bistrô.

Com base em suas realizações passadas e recentes, Vitshois Mwilambwe Bondo, o centro está expandindo seu escopo e influência. Confiante na abordagem contemporânea às práticas das artes visuais africanas concebeu a Bienal do Congo.

Vitshois Mwilambwe Bondo acredita que “o nosso conhecimento do contexto local, nossa rede e contatos, estamos convencidos de que regional e internacional colaboração é a pedra que faltava para alcançar nossa visão”, conforme a descrição da Bienal.

É nesta atmosfera que Gonçalo Mabunda tratou de o trazer para Maputo na expectativa de ampliar as possibilidades de Moçambique reflectir igualmente sobre a circulação da arte e dos artistas no continente. Consciente de que mesmo dentro do país é escasso.

Num contexto em que o empreendedorismo se mostra uma saída para realidades em que há falta de emprego – é certo que no ocidente a automação está a desempregar muita gente, as forçando a outras vias de sustento.

África tem grande potencial de caso profissionalize os Sistemas de Arte e sectores Criativos apoiar na geração de renda, tirando várias famílias da indigência.

Gonçalo Mabunda que Galeria 1834, onde Rodrigo Mabunda – seu irmão – desenvolve uma nova técnica peculiar de desenho sobre papelão de caixas, embalagens e a criar um atelier na KaTembe é da visão que essa conexão entre artistas deve estar à disposição da sociedade.    

O apoio a este sector, indica o trabalho fotográfico de Mauro Pinto – por exemplo na exposição Dá Licença, que esteve aberta recentemente na Fundação Fernando Leite Couto – é um incentivo a incrível efervescência artística atesta isso por seu apego ao patrimônio cultural, intelectual e histórico.

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