Mia Couto é o Prémio de Literatura Jan Michalski

Mia Couto venceu o prestigiado prémio de literatura Jan Michalski para o qual estavam nomeados grandes nomes da literatura mundial. O escritor moçambicano obteve o prémio com a Trilogia “As areias do imperador”, na sua tradução para a língua francesa e publicado pela editora francesa Editions Metaillé e na sua tradução para o inglês publicada nos Estados Unidos e em Inglaterra. A mesma obra foi publicada em português em Moçambique, Portugal e no Brasil.

Para o mesmo prémio que consagra os géneros da literatura, ensaio e poesia estavam nomeados autores mundialmente consagrados provenientes da França, Bélgica, Rússia, Ucrânia, Inglaterra, Estados Unidos, Polónia, Noruega, Vietnam e Portugal. Couto era o único autor africano. O outro candidato de língua portuguesa que figurava na lista de candidatos era o conhecido neurocientista António Damásio.

O prémio Jan Michaski foi instituído em 2010 e, em onze edições, esta é a primeira vez que um escritor africano foi premiado. Há dois anos a escritora vencedora foi Olga Tokarczuk que, meses depois, veio a ganhar o Prémio Nobel de Literatura.

Explicando a razão da escolha o júri referiu “a qualidade excepcional da escrita de Mia Couto, o modo como subtilmente mistura oralidade, e narrativa, cartas, fábulas, lendas, sonhos e crenças que, no conjunto, nos transportam para a realidade histórica de Moçambique colonial nos finais do século 19. Sem nenhum traço de maniqueísmo, o autor desenha com mestria o retrato de sedutores personagens que enfrentam a desumanidade da Guerra.”

Para o júri “o romance de Mia Couto é, ao mesmo tempo, uma saga histórica e uma narrativa encantadora, um poderoso retrato de uma fascinante mulher, uma história de amor e humanidade. Com um idioma inventivo que é renovado pela terra africana e inspirado na sua singular poesia, o autor moçambicano questiona crenças, cria pontes entre mundos e apaga fronteiras numa meditação universal sobre a alteridade.” O anúncio do prémio Michalski foi realizado esta manhã em Paris, numa cerimónia em que foram lidos extractos do livro e o autor dirigiu uma mensagem de agradecimento transmitida por via da internet.

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