Poemas de Carlos Barroso

Textos de Carlos Barroso

pra conquistar esse amor

nem trabalho de tarô
nem Ogum nem Xangô
ou poema de Rimbaud

nem haicai de Bashô
nem múltiplos orgasmos
ou romantismo de Carlos

pra conquistar esse amor

nem leitura de Lucáks
nem barra de chocolate
ou frase de Engels ou Marx

nem ideograma de Pignatari
nem ideia de Voltaire
ou aforismo de Baudelaire

pra conquistar esse amor

nem música de Beethoven
nem humor de Grande Otelo
ou uma noite em hotel

nem soco de Eder Jofre
nem romance de Joyce
ou pintura de van Gogh

pra conquistar esse amor

nem rosas vermelhas
nem uma caixa de ameixas
ou buquê de amor-perfeito

pra conquistar esse amor

nem um beijo

Poema Visual – Carlos Barroso

não há como regurgitar
tudo aquilo que se grita

febre alta, lua ébano
eu aqui comendo brita

não há como recauchutar
tudo aquilo que se inaudita

página vaga
sobram apenas olhos

a sensação pálida
de nenhuma conquista

Poema Visual – Carlos Barroso

***

CARLOS BARROSO – poeta, artista, jornalista. Belo Horizonte (MG) – Brasil.
Do grupo fundador da Revista CemFlores.
Publicou: Poetrecos (Poesia Orbital/1997) e os livros-objeto: Carimbalas (2008); Sãos, Usura e Livraria (2010); Futebol de Barro (2014) e CunilínguaPátria (2017). E a miniantologia (e-book) 41 POEMAS CONTRA. Todos pela Edições CemFlores.
Participou das mostras: Coletiv4 (UFSJ/2015); Ocupação Poética (UFSJ/2017); Além da Palavra (Biblioteca Pública/BH/2018); minimasminas (Café Kahlua/BH/2018); Além da Palavra2 (Casa dos Contos/Ouro Preto/2018) e Faculdade de Letras (UFMG/2019).
Repórter em vários jornais, comentarista político da Rede Bandeirantes e apresentador do programa Cena Política (BHNews). Prêmio Esso de Reportagem (2001). Curador da Mostra de Arte dos Jornalistas Mineiros.

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