MANJATE E OKAPI JUNTAM VOZES DE MOÇAMBIQUE

Lucilio-e-Sangare-lancam-Antologia-Inedita_mediumLucílio Manjate e Sangare Okapi juntaram-se para dar voz a 14 poetas. Na Antologia inédita das outras vozes de Moçambique, lançada 8 de Setembro, no Centro Cultural Português (CCP), Cidade de Maputo, desfilam poemas que o tempo não sufoca. Poetas que procuram o seu lugar ao sol.


Texto: Safira Chirindza
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São 18 horas! Procede-se a abertura do lançamento da obra literária de Lucílio Manjate e Sangare Okapi. Como é típico em Moçambique, a hora marcada era 17:30, mas 30 minutos depois, ainda era hora de chegada de parte do público e dos últimos ajustes no CCP.
Faltava cadeira, espaço, e até chão para acolher ao público lá presente. Estudantes, escritores da antiga e novas gerações, jornalistas e apreciadores da literatura compunham os metros quadrados do CCP.
Os autores apresentavam a sua Antologia inéditadas outras vozes de Moçambique, composta por um conjunto de textos de alguns escritores do país. E um passeio a ser feito em 124 paginas.
Em 2003, Dom Mido das Dores, autor de Bíblia do Pretos, defendeu a ideia de que a literatura moçambicana estava a morrer, o que provocou muito debate entre os escritores da Charrua (Revista literária fundada em 1984) e os da actualidade.
“O objectivo principal desta obra é suscitar problemas, aumentar a discussão sobre a nossa literatura. Não concordo da ideia de que a literatura esteja a morrer. Sou da opinião de que houve um momento de dúvida”. Explica o co-autor Lucílio Manjate.
Durante o espaço de exposição de ideias, levantou-se a tese de que é necessário que os escritores da Charrua deem espaço aos da actualidade para que se consagrem. Nisto, o presidente do Fundo Bibliográfico de Moçambique, Nataniel Ngomane, respondeu dizendo que “não é problema de a geração Charrua não estar a ceder espaço à nova geração, pois as duas enfrentam essa dificuldade de consagração na sociedade”.
E questiona, “O livro recorda-nos um debate em que se falava da morte da literatura, mas que morte é essa enquanto havia publicações?”.
O docente do departamento de Linguística e Literatura da Universidade Eduardo Mondlane, Aurélio Cuna esclarece que a consagração de um autor não é determinada pelo tempo mas pelo valor da obra.
Já escritor Ungulani BaKa Kossa diz que prefere deixar para o público leitor a responsabilidade de aceitar ou negar a morte da literatura.
Os textos que compõem o livro são de 14 escritores que começaram a publicar na década de 90, nomeadamente Adelino Timóteo, Amim Nordine, Andes Chivango, Celso Manguana, Chagas Levene, Dome Chirongo, Guita Jr, Hélder Faife, Léo Cote, Manecas Cândido, Mbate Pedro, Ruy Ligeiro, Sangare Okapi e Tânia Tomé.
Segundo Lucílio Manjate “estes são escritores que publicaram suas obras e nos finais da década 90. São autores “desconhecidos” e a nossa intenção, ao compor a obra, é promover esses escritores e enaltecer a importância dos seus escritosna sociedade.

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